Técnicos de diagnóstico e terapêutica protestam contra injustiças na profissão
Técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica concentram-se hoje em Coimbra até à meia-noite por falta de reconhecimento por parte do Governo, considerando que a tutela quer criar uma carreira que não traduz a realidade da profissão.
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Largas dezenas de técnicos superiores e alunos de todo o país concentraram-se hoje junto ao Parque Verde, em Coimbra, e partiram para a Praça 8 de Maio, onde vão estar em vigília até às 00:00.
De bata branca e braçadeira negra e com um cravo na lapela, os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica manifestam-se contra a possibilidade de virem a ter uma carreira “que não traduz a realidade” do trabalho destes profissionais, afirmou Joana Madureira, uma das organizadoras do protesto, que junta 18 profissões associadas ao diagnóstico e terapêutica.
O problema centra-se na “falta de equidade” em relação aos outros técnicos superiores que trabalham no Serviço Nacional de Saúde, vincou, referindo que, depois de 19 anos sem carreira, estes profissionais lutam por “uma carreira justa”.
“O Governo quer perpetuar uma injustiça com outra injustiça e colocar-nos, de novo, atrás de todos os licenciados do país. Queremos estar a par com todos os outros técnicos superiores da saúde”, defendeu Joana Madureira.
De acordo com a responsável, um técnico superior na área da saúde tem um ordenado base de 1.600 euros, enquanto que os técnicos de diagnóstico e terapêutica têm um salário base de 1.020 euros.
No entanto, o problema não se resume ao vencimento, sublinhou.
“As carreiras estão congeladas, não temos progressões, não temos concursos há 20 anos. Precisamos de ter uma carreira, que seja regulada, e precisamos que haja coordenações. Os coordenadores saíram e não voltaram a colocar técnicos coordenadores”, criticou.
Segundo Joana Madureira, estes profissionais estão “desmotivados” face à falta de equidade.
Clara Santos, neurofisiologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, aponta também para a desmotivação, protestando contra a “muita desigualdade” que existe nas equipas.
“Temos um curso superior e, quando chegamos à profissão, exercemos como profissionais superiores mas não somos reconhecidos como tal. É uma grande injustiça face aos colegas de outras classes profissionais com carreiras valorizadas”, disse à agência Lusa a neurofisiologista.
Também Joaquim Aguiar, a trabalhar no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, no Porto, referiu que os técnicos de diagnóstico e terapêutica sentem-se injustiçados.
“O nosso reconhecimento e o nosso vencimento não se coadunam com as nossas habilitações e com as nossas responsabilidades”, frisou.
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