Coimbra

Teatro de Montemor-o-Velho assinala 50 anos com seis novas produções

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 30-11-2018

O Centro de Iniciação Teatral Ester de Carvalho (CITEC), de Montemor-o-Velho, vai assinalar, nos próximos três anos, o quinquagésimo aniversário, que ocorre em 2020, com um programa que inclui designadamente a estreia de seis produções próprias.

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Entre as múltiplas iniciativas do programa comemorativo dos 50 anos do CITEC, que decorre em 2019, 2020 e 2021, destaque para a estreia de produções próprias, como as que resultarão do convite feito a “três dramaturgos para escreverem três originais, um para cada ano, bem como a encenadores que possam aduzir novas experiências ao grupo”, disse à agência Lusa Deolindo Pessoa, um dos fundadores e membro da direção do CITEC.

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Está previsto estrear duas novas produções por ano, que poderão ser em coprodução com outros grupos, para além da apresentação de produções anteriores, entre as quais ‘Visitação mor’, realizada pela primeira vez em maio.

Visita guiada ao castelo de Montemor-o-Velho, ‘Visitação mor’ percorre seis espaços, onde se desenrolam quadros teatrais, em cada um dos quais “uma personagem da história local aborda factos históricos, lendas, textos apócrifos e a paisagem que se deslumbra, com muito espaço à imaginação”.

‘Memórias de um Abril’ é o título de uma das criações teatrais agendada para 2019, que, assinalando os 45 anos do 25 de Abril, terá a participação de elementos de outros grupos do concelho e deverá estrear em 24 de abril, na Praça da República, no centro da vila, no distrito de Coimbra.

Também em 2019, em setembro, será apresentado ’50 anos e depois?’ (título provisório), de Leonor Barata, que cruza o teatro e a dança e surge igualmente na sequência da proposta do CITEC para a criação de um espetáculo, “construído de raiz em conjunto com os atores e a comunidade”, que reflete sobre o percurso do CITEC e sobre o próprio ato de comemorar.

‘Eugénia’, a “individualidade feminina mais antiga que se conhece pelo registo arqueohistórico em Montemor”, é o título do texto de Jorge Louraço, dramaturgo convidado para criar um original de alguma forma relacionado com a comunidade local.

A peça terá um encenador externo ao grupo, “seguindo uma estratégia de fomentar o contacto do elenco” do CITEC com novas experiências, refere a direção do grupo.

Em 2019, também estreará ‘Tubarão na banheira’, espetáculo para a infância, construído a partir de um texto de David Machado, que percorrerá diferentes espaços da região e do país, também em 2020.

No ano em que o CITEC faz 50 anos (2020), será igualmente evocado Jorge de Montemor (ou Montemayor), que nasceu nesta vila do Baixo Mondego há 500 anos.

“O músico, dramaturgo, poeta e escritor português, que escreveu em castelhano”, terá “o devido destaque”, designadamente através da estreia de ‘Jorge retorna a Montemor’, texto dramático, que, baseado na sua ‘Diana’, foi criado por Armando Nascimento Rosa.

Na programação para 2021, de referir, entre outros espetáculos e iniciativas, ‘Autobiografia de Montemor’, outra nova produção, criada a partir de um texto de Nuno Camarneiro, escritor também envolvido, deste modo, nos 50 anos do CITEC.

Ainda nesse ano, será mantida a programação da sala do CITEC – Teatro Esther de Carvalho (TEC) – e a animação comunitária (“atividades que visam aprofundar a ligação à comunidade, bem como explorar diferentes espaços existentes”). E voltará a realizar-se o festival de teatro do CITEC, que foi criado em 1974 e passou a ter a designação de CITEMOR em 1982, embora o grupo ainda só tenha garantidos apoios para 2019 (a 40.ª edição aconteceu em 2018).

“Uma das prendas que o CITEC mais almeja obter”, nos seus 50 anos, é conseguir condições para assegurar a renovação do seu material técnico e a manutenção da emblemática sala do grupo, construída, em finais do século XIX, no centro da vila, para que possa manter a sua programação regular, feita de teatro, música ou dança, de tertúlias, conversas ou poesia.

Nos próximos três anos, a programação do TEC terá, ainda no âmbito das comemorações do aniversário do CITEC, um curador convidado para cada um dos trimestres.

A ideia de se criar um “novo” grupo de teatro em Montemor-o-Velho (e de homenagear a “grande atriz natural de Montemor-o-Velho”) surgiu em 1969, mas o primeiro espetáculo do CITEC só subiu ao palco do TEC em 25 de julho de 1970, data adotada como a da fundação do grupo.

“Se Esther de Carvalho foi para o teatro contra a vontade dos seus pais e os preconceitos da época, também o CITEC nasceu para o teatro contra todas as dificuldades”, recorda o grupo, que começou por ser uma secção autónoma do Montepio Recreio e Instrução, autonomizando-se por completo em 1974.

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