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Taxas dos EUA sobre vinho terão “algum impacto” em produtores da Bairrada

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 horas atrás em 14-03-2025

A ameaça do Presidente norte-americano de aplicar taxas de 200% a bebidas, como o vinho, provenientes da União Europeia terá “algum impacto” nas exportações de produtores da Bairrada, admitiu hoje o presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada.

“Temos alguns produtores que exportam anualmente para o mercado dos Estados Unidos e, portanto, se houver uma medida que coloque taxas desproporcionadas, que é aquilo que neste momento se afigura, obviamente terá um algum impacto”, destacou.

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O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) ameaçou na quinta-feira com taxas de 200% sobre champanhe e vinho e outras bebidas destiladas da União Europeia (UE) para contrabalançar as taxas comunitárias face ao whisky americano.

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Em declarações à agência Lusa, Pedro Soares revelou que a Região da Bairrada exporta, anualmente, entre 17 a 20% da sua produção, não sendo os Estados Unidos o mercado mais significativo.

“Os Estados Unidos normalmente oscilam entre o quarto e o quinto lugar [dos mercados para exportação], sendo que o primeiro lugar é o Brasil e o Canadá. Portanto, afetará sempre alguma coisa”, esclareceu.

De acordo com o presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, a aplicação de taxas terá mais impacto “num ou noutro produtor, do que propriamente em termos da Região”.

“A questão tem muito a ver, naquilo que diz respeito à Bairrada, com os produtores de pequena e média dimensão, em que aquilo que se exporta é, muitas vezes, de acrescentar valor para o mercado dos Estados Unidos. Pode haver, de alguma forma, taxas desproporcionadas em cima desses produtos”, sustentou.

À agência Lusa, Pedro Soares aludiu ao negócio dos vinhos rosés, que ao longo dos anos, em termos globais, foi oscilando em termos de relevância.

“Há muitas empresas com rosés, de gamas de entrada, e que exportam bastante para os Estados Unidos. Obviamente, perante uma situação destas, vão sentir impacto. Disso, não tenho dúvidas nenhumas”, afirmou.

Apesar da ameaça de Donald Trump, Pedro Soares evidenciou que os produtores da Bairrada ainda não manifestaram preocupação, “talvez porque ainda tenha sido tudo muito recente”.

“O que nós nos temos apercebido é de algum movimento de exportação que pode estar a tentar precaver-se, antecipando a colocação das taxas. Mas são coisas muito insignificantes, no caso da nossa região, não são resultados com muito significado”, concluiu.

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