Saúde

Tatuadores querem saber quando vão poder voltar a trabalhar

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 19-05-2020

A associação que representa os tatuadores quer saber quando vão poder voltar a trabalhar e diz que o setor está a ser esquecido nesta fase de desconfinamento após o pico da pandemia no país.

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“Fiscalmente sempre estivemos incluídos no CAE dos cabeleireiros, esteticistas e barbeiros, mas quando deixaram estes profissionais voltar à atividade puseram-nos de lado”, disse à Lusa Theo Pedrada faz parte do grupo de trabalho que fundou a Associação Portuguesa de Profissionais de Tattoo e Bodypiercing (APPTBP)

O tatuador disse ainda não percebe como pode um estúdio de tatuagens ser equiparado a um ginásio ou um spa, que também ainda não reabriram.

Nesse sentido, Theo Pedrada revelou que a APPTBP está a preparar um documento para entregar ao Ministério da Economia e espera em breve explicar à tutela e à Direção-Geral de Saúde que tem condições para regressar ao trabalho.

“Não faz qualquer sentido a decisão de mantermos os nossos estúdios fechados, pois sempre fomos das atividades que mais prezou a higiene e segurança. Há anos que utilizamos máscaras, luvas e todo o nosso material é descartável. Somos obrigados a ser certificados e a ter cursos de segurança que muitos barbeiros nem conhecem”, alegou, explicando que estes procedimentos “fazem parte do dia a dia” de qualquer profissional do setor.

Questionada hoje acerca da reabertura destes espaços, durante a conferência de imprensa diária sobre a situação epidemiológica em Portugal, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, esclareceu que o plano de desconfinamento será faseado, de forma a poder acompanhar os seus efeitos na curva epidémica, acrescentando que, para já, os estúdios de tatuagens não são prioritários.

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“A abertura dos estabelecimentos obedeceu a um plano e esse plano foi faseado, portanto, estes estabelecimentos terão também a sua altura própria para serem integrados na retoma, de acordo com o que for considerado prioritário”, esclareceu Graça Freitas.

A Adikt Ink Porto, em Vila Nova de Gaia, é um dos estúdios de tatuagens que se mantém encerrado. Carlos Almeida, tatuador e proprietário do espaço, criticou o Governo por nem sequer adiantar uma data para a reabertura destes espaços.

“O maior problema nesta altura é que nem sequer somos mencionados e fomos colocados no mesmo plano de ginásios, termas ou spas, serviços que não têm nada a ver com o nosso”, afirmou, sublinhando que “há falta de informação quanto aos cuidados que estes espaços adotam” e que a situação deriva de um problema maior.

“A profissão não é levada a sério e não goza da credibilidade que tem noutros países. Estamos a ser postos de parte quando somos um serviço muito requisitado em Portugal”, assegurou.

Quanto às consequências, o dono da Adikt Ink Porto, que emprega 10 artistas, admite que “os clientes estão ansiosos por voltar” mas que muitos estúdios podem nem voltar a abrir portas.

“Esta situação já não é suportável: há muita gente com dificuldades em pagar contas, colegas que estão a vender bens e pensam em ir para o estrangeiro tatuar”, disse.

Em Portugal, morreram 1.247 pessoas das 29.432 confirmadas como infetadas, e há 6.431 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

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