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TAP pagou educação dos filhos de quatro administradores executivos

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 ano atrás em 06-07-2023

Entre 2016 e 2022, a TAP pagou a educação dos filhos de quatro administradores executivos. Falamos de David Pedrosa, filho do ex-acionista da TAP, Humberto Pedrosa; Antonoaldo Neves, ex-presidente executivo; Raffael Quintas Alves, ex-responsável financeiro e Christine Ourmières-Widener, ex-líder executiva. A empresa pagou-lhes um subsídio de frequência escolar entre 15 mil euros e 36 mil euros por ano.

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O pagamento deste subsídio é revelado no relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito à TAP. E começou a ser pago a partir de 2016, após o Estado ter vendido a TAP à Atlantic Gateway, de David Neeleman e Humberto Pedrosa, em novembro de 2015, informa o Correio da Manhã.

“David Pedrosa foi o primeiro gestor a ter o subsídio de frequência escolar para os filhos: em 2016 e 2017, recebeu 24 mil euros por ano, uma média de dois mil euros por mês, mas, a partir de fevereiro de 2018, passou a receber 18 500 euros por filho, uma média de 1541 euros por mês. O filho de Pedrosa tinha um salário bruto anual de 420 mil euros, ou seja, 30 mil euros por mês”, lê-se na notícia.

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Antonoaldo Neves nomeado, em 2017, para o cargo de presidente da comissão executiva da TAP, teve logo o subsídio de frequência escolar para os filhos: no mesmo ano, foi-lhe atribuído o valor de 36 mil euros anuais, mas, a partir de fevereiro de 2018, o subsídio passou para 18.500 euros por filho por ano. Quanto ao salário, começou a ganhar 420 mil euros por ano, mas este valor aumentou, a partir de fevereiro daquele ano, para 630 mil euros por ano, ou seja, 45 mil euros por mês.

Raffael Quintas Alves entrou na TAP em 2018 e saiu em 2021. Recebia também um subsídio de frequência escolar anual de 18 500 euros por dependente. Ganhava 280 mil euros brutos por ano, ou seja, 20 mil euros por mês. Christine Widener ingressou na TAP, em 2021, e foi despedida pelo Governo, em março de 2023. Tinha um subsídio de frequência escolar para os filhos de 15 mil euros por ano. Ganhava 504 mil euros brutos por ano, correspondentes a 36 mil euros por mês.

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O relatório preliminar valida os atos de governação feitos através de mensagens no WhatsApp. Pedro Nuno Santos aprovou a indemnização de 500 mil euros que a TAP pagou a Alexandra Reis através de comunicações trocadas com o então seu secretário de Estado, Hugo Mendes. Mas a relatora do documento, a deputada do PS Ana Paula Bernardo, desvalorizou a forma utilizada pelos então governantes para o acompanhamento e decisão do processo.

“A utilização de WhatsApp como meio de comunicação foi recorrente em todo este processo, todavia não se pode inferir que o processo decisório deste ministério [das Infraestruturas] não seja formal”, escreveu a relatora do PS. Na quarta-feira, 5 de julho, em conferência de imprensa, Ana Paula Bernardo negou que o relatório pretenda desresponsabilizar Pedro Nuno Santos pela sua atuação no processo da indemnização paga a Alexandra Reis.

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