Tribunais
Suspeitos de sequestrar taxista dizem que não lhe queriam fazer mal
Os dois homens e uma mulher suspeitos de sequestrar um taxista em Castelo Branco e, sob ameaça de arma de fogo, obrigarem-no a conduzi-los até Braga, disseram hoje, no Tribunal de Aveiro, que não queriam fazer mal à vítima.
“Nós adormecemos os três e acordámos perto de Albergaria, com a GNR a bater contra o táxi. Os raptores não vão adormecer enquanto a vítima vai a conduzir”, disse a arguida, que, na altura, viajava com um filho de dois anos ao colo.
A mulher está acusada, juntamente com o companheiro e um outro indivíduo, que se encontram em prisão preventiva, de um crime de roubo, outro de sequestro e dois crimes de detenção de arma proibida.
Perante o coletivo de juízes, o companheiro da arguida disse que tinha estado a beber e a consumir droga com o outro arguido, em casa dos sogros em Castelo Branco, tendo decidido chamar um táxi para os levar a Braga, onde residem.
Afirmou ainda que o taxista se recusou a fazer a viagem, argumentando que só podia levar três passageiros por causa da pandemia, tendo sido nessa altura que o “colega” tirou uma espingarda de dentro do casaco e “insistiu para que ele fizesse a viagem”.
Este arguido contou ainda que durante a viagem trocou de lugar com o taxista e começou a conduzir a viatura, mas, depois, viu que não estava em condições e pediu-lhe para ele voltar a conduzir o táxi.
O terceiro elemento confessou ter apontado uma arma ao taxista, dizendo-lhe para ele prosseguir a viagem, mas negou que a arma fosse sua e não soube explicar como é que a mesma apareceu na sua posse.
“O álcool e as drogas não é desculpa e estou aqui para assumir os meus erros”, disse o arguido, adiantando que isto tinha sido “um ato inconsciente” da sua parte. Negou ainda que tenha agredido o taxista e que lhe tenha tirado algum dinheiro.
Os factos ocorreram no dia 24 de dezembro de 2020, cerca das 04:50, quando os arguidos contactaram um taxista em Castelo Branco e sob ameaça de uma arma de fogo, obrigaram-no a transportá-los até Braga.
A acusação do Ministério Público diz que durante o percurso, os arguidos agrediram várias vezes a vítima e exigiram que lhes entregasse todo o dinheiro que tivesse consigo.
A viatura acabaria por ser intercetada por volta das 07:50, por militares da GNR nas portagens de Albergaria, no distrito de Aveiro.
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