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Subida do preço das portagens é “mais uma parcela negativa”
O presidente executivo da Associação dos Transitários de Portugal (APAT), António Nabo Martins, disse hoje à Lusa que a possível subida nos preços das portagens no próximo ano é “mais uma parcela negativa” a somar às dificuldades do setor.
Interrogado acerca do aumento estimado das portagens para o próximo ano, que deverá ser de 1,84%, a confirmar-se a estimativa da taxa de inflação homóloga, sem habitação, para outubro, divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), António Nabo Martins admitiu desconhecer a informação, mas manifestou-se preocupado.
“Veio esta subida brutal do preço dos combustíveis, e se me está a dizer isso agora, é mais uma parcela negativa nesta soma toda”, antecipou.
António Nabo Martins falava à margem do 18.º congresso da associação, que decorre entre hoje e sábado numa unidade hoteleira em Cascais, distrito de Lisboa.
“Isto é uma catadupa de soma de parcelas de menos. Começámos com a falta dos navios, depois é a falta dos contentores, depois é a carga que não chega, são os navios parados nos portos para atracar que não atracam, é a falta dos motoristas, foi o ‘Brexit’ [saída do Reino Unido da União Europeia]… tudo fatores negativos”, lamentou à Lusa o responsável da APAT.
António Nabo Martins disse que se “tem de pensar bem” e que “alguém vai ter de pagar isso”.
“E esse alguém é sempre o consumidor final, eu não tenho grandes dúvidas sobre isso”, afirmou à Lusa.
Questionado acerca das medidas do Governo para tentar mitigar o aumento do preço dos combustíveis, o responsável da APAT referiu que o executivo “tenta minimizar um processo, ou uma série de circunstâncias, da qual ele também não tem muita responsabilidade”, à parte de, “eventualmente, alguma carga fiscal exagerada sobre os combustíveis”.
Sobre o congresso da APAT, e sem querer “ter o condão de estar a ensinar o Governo a fazer qualquer coisa”, o setor sugere “uma maior centralização de todos os aspetos das áreas dos transportes e não estar tão repartido por vários ministérios”.
“Nós entendemos que deveríamos ter, eventualmente, ou uma secretaria de Estado, ou até uma Direção-Geral da Logística e Transportes”, advogou.
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