Economia

‘Street Food’ quer complementar na rua a oferta da restauração tradicional

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 26-05-2020

A Associação de Street Food Portugal (SFP) defende a criação de legislação específica que ajude os operadores do setor a investir no negócio “com maior previsibilidade” e permita implementar soluções de rua complementares à restauração tradicional.

Imagem ilustrativa

“Numa altura em que a tentação dos agentes económicos é solicitar apoios ao Estado e reduções de impostos, o nosso setor apresenta propostas concretas para apoiar a economia do país e criar soluções para a hotelaria e restauração”, afirma o fundador da Street Food em Portugal, Luis Rato, citado num comunicado emitido na sequência de uma reunião, na quinta-feira, com o chefe do gabinete do secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, Paulo Tomaz.

Em declarações, hoje, à agência Lusa, o presidente da SFP reiterou que o setor está empenhado em “apoiar a economia e o setor da restauração”, penalizados pelo impacto da pandemia de covid-19, necessitando para isso de “legislação específica que ajude os operadores a investir no negócio com maior previsibilidade” e de soluções “para apoiar a restauração tradicional a tirar maior proveito da rua enquanto oportunidade de negócio”.

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Salientando que a Street Food pode trazer ao mercado da restauração “soluções de inovação e complementaridade” no âmbito das restrições de lotação dos restaurantes determinadas pela crise sanitária, Vítor Cansado defendeu, por exemplo, a facilitação do processo de instalação dos operadores do setor nas grandes praças das cidades, através da “agilização dos processos de licenciamento” e de “menos burocracia”.

Segundo o líder associativo, o setor da ‘street food’ reúne mais de 300 empresas em Portugal, responsáveis por seis a sete mil postos de trabalho e um volume de negócios de 50 milhões de euros.

Sobretudo associado a eventos, desde festivais a concertos e casamentos, a ‘street food’ tem visto a sua atividade fortemente condicionada com os cancelamentos impostos pela pandemia, já que “praticamente deixou de haver mercado”, tendo-se focado neste período na promoção de iniciativas de cariz solidário um pouco por todo o país, disponibilizando refeições gratuitas aos profissionais da linha da frente.

A este propósito, Vítor Cansado destacou a iniciativa ‘Food Trucks Are Safe’, que “pretende demonstrar que a ‘street food’ está preparada para operar em situações de crise pandémica, podendo “complementar com segurança a oferta de restauração em locais que irão permanecer com soluções limitadas”.

“Levámos um ‘Food Truck’ até aos hospitais, muitos dos quais com covidário, onde demonstrámos que é possível criar soluções de alimentação com qualidade e segurança em praticamente qualquer local”, sustentou.

Segundo o dirigente associativo, a crise pandémica terá levado vários operadores do setor a recorrer a apoios do Estado, nomeadamente ao regime de ‘lay-off’ simplificado, e, apesar de entre os cerca de 80 associados da SFP não ter conhecimento de encerramentos, Vitor Cansado admite que “alguns” terão cessado a atividade.

“Podemos ter alguns encargos mais baixos, mas a nossa estrutura de custos é muito semelhante à de um restaurante”, sustentou, garantindo, contudo, que o setor “não está aqui para chorar, mas para olhar em frente e dar uma resposta”.

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