Coimbra

Somos Coimbra: Renúncia de vereador deve-se a gestão “incompetente” dos transportes municipais

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 28-02-2021

O movimento Sombraos Coimbra considerou hoje que a renúncia de Jorge Alves (PS) ao cargo de vereador em Coim e a saída do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos é “resultado de uma gestão muito incompetente”.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o Somos Coimbra (SC) refere que a saída de Jorge Alves é “uma consequência inevitável da trajetória de decomposição em que se encontram os serviços em resultado de uma gestão muito incompetente, que apenas é menos visível porque a pandemia baixou muito o uso e a frequência das linhas” dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC).

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Jorge Alves pediu a demissão do cargo de vereador na Câmara Municipal de Coimbra, liderada pelo socialista Manuel Machado, obrigando à alteração do executivo municipal, anunciou a autarquia.

O município de Coimbra referiu, em comunicado, que Jorge Alves apresentou na sexta-feira o pedido de renúncia ao mandato, “o qual, atentos os deveres consignados no Estatuto dos Eleitos Locais, foi imediatamente aceite pelo presidente da Câmara Municipal”.

Contactado pela Lusa, o presidente Manuel Machado, adiantou que a decisão do vereador se deve a “razões do foro pessoal do próprio” e escusou-se a adiantar pormenores.

A Lusa também tentou hoje contactar o vereador Jorge Alves, mas sem sucesso.

O SC reagiu à demissão em comunicado e lembra que os seus dois vereadores na Câmara de Coimbra têm “vindo ao longo dos anos a expor os graves problemas” dos SMTUC.

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A nota refere que “por simples consulta a http://www.base.gov.pt/, conclui-se que os SMTUC fizeram aquisições à STRA S.A.”, alegadamente administrada por um filho de Jorge Alves, num valor global de mais de 200 mil euros, “sempre por ajuste direto”, afirma o SC.

“Ora, todas estas aquisições decorreram com Jorge Manuel Maranhas Alves como membro do Conselho de Administração dos SMTUC, a que preside desde o final de 2017, mas que integra como vogal já desde 2013, o que é, no nosso entendimento, uma clara violação da lei, que esperamos que o Ministério Público investigue em profundidade”, lê-se.

O movimento também entende que o Ministério Público “deverá investigar as circunstâncias que levaram a que quase todas [as] aquisições de autocarros dos SMTUC dos últimos anos tenham sido feitas à mesma empresa, a CarBus” e “o estado de conservação em que vários dos autocarros comprados a esta empresa chegaram aos SMTUC”.

A finalizar, o SC espera dos dois outros membros do Conselho de Administração dos SMTUC, os vereadores Regina Bento e Francisco Queirós, “rápidas e claras explicações sobre a sua participação nestas matérias, pois aprovaram os mesmos contratos, sendo corresponsáveis nos procedimentos pouco claros que agora levaram à demissão do vereador Jorge Alves”.

Os dois vereadores “não têm condições para continuar a ocupar os seus lugares na vereação e nos SMTUC”, considera o movimento.

O executivo da Câmara Municipal de Coimbra, liderado pelo socialista Manuel Machado, é constituído por 11 eleitos.

Cinco elementos são do PS, três foram eleitos no âmbito da coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT (sendo que um passou a independente), dois pelo movimento Somos Coimbra e um pela CDU (Francisco Queirós, membro da administração dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra e único vereador não PS com pelouros atribuídos).

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