Câmaras
Somos Coimbra quer tornar a cidade no centro de uma grande área metropolitana
O líder do movimento Somos Coimbra, José Manuel Silva, disse hoje que pretende tornar a cidade de Coimbra num polo “nuclear e acelerador” de uma grande área metropolitana da região.
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O antigo bastonário da Ordem dos Médicos, que encabeça a única lista concorrente para coordenador da comissão política do movimento, ambiciona uma grande área metropolitana que “faça frente à bipolarização do país, entre as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto”.
José Manuel Silva, eleito vereador do município de Coimbra nas últimas eleições autárquicas pelo Somos Coimbra, juntamente com a urbanista Ana Bastos, apresenta a moção “Pela afirmação de Coimbra e pelo desenvolvimento de todo o concelho”.
“Viemos fazer a diferença e, se respeitamos os partidos e consideramos que são essenciais à democracia, consideramos também que a participação cívica democrática da sociedade é fundamental para enriquecer a democracia”, salientou o médico à agência Lusa.
O vereador considera que o Somos Coimbra “trouxe a irreverência de um movimento independente, uma intervenção permanente de crítica construtiva, sempre com a apresentação de propostas alternativas”, e uma presença “permanente no terreno a ouvir as pessoas e a levar as suas preocupações à Câmara”.
O dirigente do Somos Coimbra anunciou ainda que o movimento vai apresentar-se às próximas eleições autárquicas, previstas para 2021, embora admita integrar uma plataforma alargada de uma candidatura alternativa à Câmara de Coimbra.
Segundo José Manuel Silva, o movimento continua ainda disponível para participar “numa plataforma claramente ganhadora aos olhos da população e motivadora para mudar e desenvolver Coimbra”.
“Até hoje esses contactos não permitiram chegar a um entendimento, porque naturalmente o movimento ‘Somos Coimbra’ não veio para se diluir num qualquer partido político, com todo o respeito por todos os partidos políticos”, frisou.
“Continuamos sempre na mesma disposição e com a mesma disponibilidade de participarmos numa plataforma alargada que vença as próximas eleições autárquicas em Coimbra e que, de uma vez por todas, permita inverter este decaimento contínuo de Coimbra, que é inegável, como as estatísticas o demonstram”, acrescentou.
O coordenador do Somos Coimbra lamenta que o concelho seja o “65.º em termos da produção de bens para exportação, incluindo o turismo”, estando mesmo atrás de municípios como o de Pombal.
José Manuel Silva antevê que Coimbra sofra muito com a quebra do turismo, “do qual depende demasiadamente”, salientando que é necessário “reindustrializar, apostar mais na saúde e na educação, na cultura, e promover outro tipo de turismo”.
“Basta pensar, por exemplo, que a Rua da Sofia [Património Mundial da Humanidade] está completamente desaproveitada e fechada, o que é incompreensível”, sublinhou.
Nas linhas programáticas do Somos Coimbra, inclui-se também a desburocratização e agilização do funcionamento do município, cujo “impacto se fará sentir em todos os setores”.
“Não podem as pessoas, do mais simples cidadão ao mais interessado empresário, estar anos à espera de uma resposta. Isso tem bloqueado o desenvolvimento de Coimbra e tem feito com que Coimbra se vá esvaziando para outros concelhos”, referiu.
Para José Manuel Silva, alterar a Câmara “é absolutamente essencial” para que se possa apostar nos setores estratégicos da saúde e educação, cultura, “que não tem sido bem tratada”, turismo, ambiente, reindustrialização e inovação, “em ligação íntima à Universidade e Instituto Politécnico de Coimbra, que são duas forças de educação, investigação e inovação”.
O antigo bastonário da Ordem dos Médicos considera ainda que é preciso repensar Coimbra em termos de transportes e mobilidade e que um dos grandes investimentos passa por construir uma grande estação intermodal mais a norte da Estação Velha, que permita a Coimbra, no futuro, “não perder o comboio de alta velocidade”.
As primeiras eleições internas do movimento decorrem nos dias 17 e 18, entre as 09:00 e as 22:00, por via digital, através da Internet, “num processo inovador em Portugal”, em que estão habilitados a participar 250 eleitores.
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