Cidade
Sócrates apresenta Dom Profano em Coimbra
José Sócrates apresenta o “seu” livro “Dom Profano”, Sábado, 4 de Fevereiro, 16:00, no Auditório do ISCAC.
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Segundo o Correio da Manhã, em Lisboa, à “margem da apresentação do seu novo livro “O dom profano – Considerações sobre o carisma”, José Sócrates foi questionado pelos jornalistas sobre as notícias que davam conta que o ex-primeiro-ministro não seria o autor da obra e teria pago a um professor para o escrever, começando por responder: “Acho que já não há ângulo de decência para olhar para esta investigação”.
De acordo com a revista Visão, o Ministério Público suspeita que Domingos Farinho, um professor de Direito, terá recebido 100 mil euros de uma empresa de um sócio de Santos Silva para escrever o livro de Sócrates, acrescenta o jornal.
Nos anos oitenta, numa reunião da Comissão Política do PS e no final de um debate cujo tema já nem recordo, o líder Vítor Constâncio sugeriu que lêssemos um pequeno livro – O Político e o Cientista. “Está lá tudo!” – disse. Comprei-o no dia seguinte e li Weber pela primeira vez. Recordo a impressão que me causou e o que era novo para mim – ética da convicção e da responsabilidade, liderança carismática, vocação política. Mas o que mais persistentemente ficou no meu espírito foi a desconfiança do autor relativamente ao poder dos aparelhos burocráticos e a aversão ao regime de funcionários. A atual crise europeia levou-me a regressar a Weber e a este tema, cem anos depois. Esta é a razão do livro.
Na ciência política, a questão do carisma é, no essencial, uma discussão sobre liderança. Durante muito tempo, na cultura política europeia este debate foi residual. Afinal, pensava-se que podíamos aperfeiçoar as democracias pondo de lado, com vantagem, a dimensão pessoal da política e substituindo-a pela discussão sobre ideias e programas. Qualquer valorização das questões da liderança ecoava como suspeita perante as regras da democracia. O fantasma dos totalitarismos carismáticos deixou uma longa herança. Este é o tema do livro.
Nas suas linhas gerais, este livro foi esboçado na prisão e, depois, desenvolvido com troca de impressões, sugestões de leituras e observações de muitos amigos com quem partilho afinidades eletivas na política. Devo muito a essa “política de camaradagem” e agradeço a todos, que aqui se reconhecerão. Especial agradecimento devo ao Reitor e aos Professores de Filosofia Política da Universidade da Beira Interior, cujas discussões no Seminário sobre Carisma e Democracia muito me ajudaram. Aqui encontrarão ecos do que discutimos. Mas é claro que o que aqui fica escrito só a mim vincula. Este foi o tempo do livro.
Como NDC avançou em primeira mão, no dia em que a Académica foi defrontar o Estoril, o antigo Primeiro Ministro jantou com alguns camaradas no Restaurante Nacional, em Coimbra, alegadamente para preparar o evento que vai decorrer na escola dirigida por Manuel Castelo Branco.
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