Coimbra
Sociedade Metro Mondego defende conclusão da obra e realça prejuízos da interrupção
A Metro Mondego (MM) defende a conclusão do projeto do metro, com financiamento da União Europeia, realçando os “evidentes prejuízos pessoais e económicos” causados pela interrupção, em 2009, do serviço ferroviário no Ramal da Lousã.
Estas e outras recomendações integram um documento – a que a agência Lusa teve acesso – que a MM enviou ao grupo de trabalho para as Infraestruturas de Alto Valor Acrescentado, criado pelo Governo, como contributo para uma avaliação que permita candidatar a obra aos fundos europeus no período 2014-2020.
Segundo o relatório final do grupo de trabalho, o metro do Mondego não está entre as 30 obras públicas selecionadas para melhorar a competitividade económica do país, mas figura, em 15.º lugar, na lista dos 30 projetos prioritários de natureza ferroviária.
“O que está em causa é a necessidade da conclusão do projeto – sem esquecer a existência de um serviço ferroviário interrompido, desde janeiro de 2010, com evidentes prejuízos pessoais e económicos – para o que será imprescindível contar com a garantia de meios financeiros necessários, em particular, no âmbito do próximo Quadro Comunitário de Apoio (2014-2020)”, preconiza a MM, no contributo técnico remetido, em finais de 2013, ao grupo de trabalho coordenado por Eduardo Carvalho.
À agência Lusa, fonte ligada ao processo disse que aquele relatório, divulgado há um mês, não tem em conta o investimento já realizado no Ramal da Lousã, que ronda os 150 milhões de euros, nem avalia as questões sociais e políticas subjacentes à conclusão da obra, aspetos que poderão ser ponderados pelo Governo na decisão final.
“Não só estão concluídos todos os estudos e projetos relevantes, como foi já iniciada e executada obra em mais de 30 quilómetros de linha, tratando-se claramente de um projeto em curso e com maturidade reconhecida total”, na ótica da Metro Mondego, que tem o Estado como principal acionista, integrando também os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã.
Na análise do grupo de trabalho para as Infraestruturas de Alto Valor Acrescentado, o enquadramento dos projetos na política de transportes e a sua maturidade têm um peso de 10% cada.
Nos critérios e subcritérios, não se evidenciam questões como a integração das políticas de ordenamento do território, a equidade regional e territorial e a sustentabilidade e impacte ambiental, fatores exigíveis na aplicação de fundos comunitários.
Para a MM, o metro é “um projeto estruturante” que visa resolver “as contingências atuais à mobilidade”, na área urbana de Coimbra e na ligação a Miranda e Lousã, “promovendo e garantindo a intermodalidade e eficiência no transporte coletivo”.
No documento entregue ao grupo de trabalho, a empresa salienta ainda “o reforço da atratividade e competitividade do território nacional e regional e das suas empresas”, bem como a integração e reordenamento territorial.
“A realização do projeto revela-se como um benefício para toda a sociedade, quer em termos sociais quer económicos”, acentua, concluindo que “se justifica o cofinanciamento do projeto”, à luz dos critérios da União Europeia.
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