Coimbra
Socialistas denunciam atentado ambiental em Mira!
A construção de uma nova ETAR pode ser a solução para “o atentado ambiental que está a ocorrer em Mira”, provocado por descargas de efluentes sem tratamento, admitiram hoje os deputados eleitos em Coimbra pelo PS.
“É uma solução que parece fazer sentido para terminar definitivamente com este problema, vamos esperar pelos estudos técnicos”, resumiu na Praia de Mira o deputado Pedro Coimbra, que estava acompanhado pelos deputados Elza Pais e João Gouveia e por diversos elementos locais, entre os quais o presidente da Junta de Freguesia da praia, Francisco Reigota.
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A delegação do PS visitou a Lagoa de Mira, Casal de São Tomé e a estação elevatória de Cochadas e Vala Real, entre a Freguesia de Mira e a Tocha, apontada como o foco de contaminação de águas e solos.
Os parlamentares tiveram ainda um encontro com um produtor de agriões que acusa a empresa Águas do Centro Litoral (AdCL) de efetuar descargas poluentes “através de um tubo de grandes dimensões” que faz ligação à ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) das Cochadas, situada no limite da Tocha (concelho de Cantanhede), a montante de explorações agrícolas.
Nos últimos meses têm ocorrido diversas descargas poluentes que contaminam águas e solos e que estão devidamente registadas em fotografia e vídeo. A empresa AdCL reconheceu já a existência de descargas temporária devido a situações de sobrecarga do sistema. “Estas medidas temporárias passaram a medidas matadoras”, resume Francisco Reigota.
Os eleitos pelo PS admitem que a construção de uma nova ETAR entre Cantanhede e Mira (que encaminhará efluentes tratados para Ílhavo) pode ser uma solução definitiva, mas não põem de parte a hipótese de ser encontrada uma solução mais rápida e barata.
Para isso contribui o facto de nos últimos dias não ter ocorrido qualquer descarga poluente, na sequência de grande pressão pública sobre a AdCL. “Foi uma coincidência ou a empresa encontrou uma solução”, perguntam os socialistas.
O deputado João Gouveia espera que a AdCL efetue e divulgue rapidamente os estudos técnicos, até porque a solução do problema ambiental pode passar “por uma intervenção que custe apenas alguns milhares de euros”.
Quando surgiram os primeiros problemas, a Águas do Centro Litoral começou por lembrar que tem vindo investir na melhoria das condições nos municípios de Mira e Cantanhede, “tendo concluído [em julho de 2017] uma empreitada que vem aumentar a capacidade das estações elevatórias EECT4 (Cochadas – Cantanhede), EES1 (Mira), EES2 (Lagoa – Mira) e EES4 (Gafanha do Areão – Vagos), através da alteração dos grupos de bombagem e quadros elétricos, originando um aumento da capacidade de bombagem na ordem dos 15% a 20%”.
Esta obra, explicava a empresa, “vinha mitigar” os problemas de aumento de caudal registado nos municípios de Mira e Cantanhede, até à construção de uma nova ETAR”.
Mais tarde, Cantanhede e Mira receberam por parte da Águas do Centro Litoral (AdCL) a garantia de que vai ser antecipada a construção de uma ETAR quer servirá os dois concelhos, um investimento a rondar 12 milhões de euros. A mesma garantia foi dada pela empresa ao Governo.
A nova Estação de Tratamento de Águas Residuais deverá ser construída na freguesia da Tocha (Cantanhede), numa zona de fronteira com Mira, e tratará os efluentes dos dois concelhos que atualmente são encaminhados para a ETAR de Ílhavo, atravessando os concelhos de Mira e Vagos.
“É importante terminar com este atentado ambiental”, reforça Pedro Coimbra, anunciando que os deputados do PS irão apresentar medidas no Parlamento para encontrar uma solução rápida.
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