João Cardoso, diretor executivo da ANIPLA – Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas, conversa com Notícias de Coimbra sobre o mais recente projeto desta organizaã0, a Smart Farm Virtual.
Relembramos que no dia 22 de novembro, em colaboração com a Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra (ESAC – IPC), a ANIPLA organiza um seminário dedicado a sensibilizar profissionais e público em geral para aquelas que são as melhores práticas para o setor agrícola e que mais contribuem para a sustentabilidade do planeta.
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Como descrevem este mais recente projeto da ANIPLA, a Smart Farm Virtual?
A Smart Farm Virtual surge como uma extensão digital do projeto físico lançado pela ANIPLA, Associação da Indústria para a Proteção das Plantas, em 2016: a nossa Quinta Inteligente. Localizada na Companhia das Lezírias, nasceu com o propósito de capacitar o setor para um uso sustentável dos produtos fitofarmacêuticos e para a integração das mais avançadas ferramentas tecnológicas nas suas produções agrícolas, protegendo os solos e recursos naturais, durante o processo de produção de alimentos.
Em 2022, a ANIPLA deu um passo em frente e lançou uma nova plataforma, ampliando o acesso a esta formação e informação – a Smart Farm Virtual – onde à distância de um clique, a partir de qualquer lugar, profissionais ou público em geral, através de um computador ou smartphone, podem entrar numa viagem virtual pelas várias estações que compõem a Smart Farm. O objetivo passa por ampliar o conhecimento geral sobre o processo de produção de alimentos e sobre a forma como os agricultores, além de integrarem nas suas explorações o uso de produtos fitofarmacêuticos de forma sustentável, procuram aplicar aquelas que são as melhores práticas agrícolas, que melhor asseguram a defesa do planeta (fauna, flora, solos e água).
O que levou a ANIPLA a lançar este projeto?
Ciente de que os desafios que o planeta enfrenta são crescentes e que há uma necessidade contínua de formação associada ao setor – entendemos que seria fundamental poder partilhar com um número ainda mais alargado de pessoas e profissionais, o conhecimento que não só como Associação, mas também em conjunto com os nossos parceiros nas mais diversas áreas, conseguimos reunir na Smart Farm.
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Na nossa Quinta Inteligente, todos os que nos visitarem podem conhecer em pormenor os nossos projetos de promoção e preservação da biodiversidade; procedimentos associados à gestão e uso de produtos fitofarmacêuticos; os principais e mais eficientes processos de pulverização, gestão de efluentes e tudo o que está relacionado com práticas agrícolas, inovação, agricultura de precisão, aplicação e gestão de recursos; e a Smart Farm Virtual funciona como uma extensão desse conhecimento. Um novo ponto de encontro entre o setor agrícola e o público em geral, que pode acontecer a partir de qualquer lugar e ser feito por qualquer pessoa que tenha interesse em saber mais sobre produção de alimentos.
Quantas pessoas estimam já ter sido impactadas por este projeto?
Ao todo, no seu formato físico, a Smart Farm já formou mais de .1.500 profissionais do setor, sendo que na sua versão virtual os acessos já ultrapassaram os 10.000 utilizadores. Um número que esperamos superar muito em breve, já que, este ano, a Smart Farm Virtual está em viagem pelo país, num roadshow que leva a plataforma para o terreno, num contacto direto com agricultores, associações, estudantes e consumidores de forma geral, mantendo o objetivo de formação contínua do setor e de clarificação da informação sobre produção de alimentos junto da população em geral.
E como surgiu a ideia de um roadshow a nível nacional?
Sendo o projeto Smart Farm um projeto de capacitação do setor para aquelas que são as melhores práticas agrícolas, o objetivo da ANIPLA é que a cada ano que passa, mais e mais profissionais possam ser impactados por este apoio e formação, tornando-se mais sustentáveis e conscientes nas suas formas de produção. Por essa razão, a ideia de um roadshow surge de uma necessidade reconhecida pela ANIPLA de ampliar o conhecimento de profissionais e público em geral sobre as ferramentas associadas à produção de alimentos e à proteção de culturas, assim como sobre tecnologias que podem ajudar os agricultores a ser cada vez mais eficientes no uso de produtos fitofarmacêuticos.
Com o apoio da CropLife Europe esta intenção pôde tornar-se real e acreditamos que este é um passo importante para a consciencialização sobre o uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e para abrir o espaço de diálogo entre a indústria, profissionais e sociedade sobre a importância de valorizar a tecnologia e ciência no suporte a uma alimentação sustentável e de qualidade para uma população que não pára de crescer.
Qual o investimento associado a esta iniciativa? E quantos utilizadores esperam impactar?
A plataforma conta com 17 mil euros de investimento, feito com base no apoio da associação CropLife Europe. O roadshow pretende aumentar as visitas à Smart Farm Virtual para 12 mil até ao final do ano.
E como sentem que o público em geral recebe esta iniciativa? Como pode este projeto contribuir para a forma como a sociedade encara a produção de alimentos?
Acreditamos, até pela experiência que estamos a ter depois da passagem por algumas cidades, que a recetividade já está a ser muito positiva. Sabemos que a agricultura que se pratica hoje em dia, nas explorações portuguesas, é feita de smart farmers, de agricultores que já incorporam nas suas produções algumas das mais avançadas ferramentas tecnológicas, contudo, é preciso que as pessoas o saibam também. Que entendam que o setor trabalha todos os dias para colocar ao serviço dos produtores de alimentos mais e mais ferramentas, que os sensibiliza para as melhores práticas no uso de produtos fitofarmacêuticos, que estamos atentos às diretrizes europeias e que o que chega às nossas mesas são, sem dúvida, alimentos seguros. A Smart Farm Virtual foi pensada para ser um novo ponto de encontro entre o setor e a população, por isso, estamos certos de que esta abertura e convite à visita permitirão esclarecer mitos ainda existentes sobre a produção de alimentos, num trabalho contínuo de formação e educação para a agricultura.
Por que zonas do país já passaram e que regiões poderão ainda contar com a visita do projeto Smart Farm Virtual?
Tendo por base um seminário dedicado ao tema “Tecnologia e Informação na Agricultura – Smart Farm Virtual”, que propõe, além de uma visita guiada à plataforma, um diálogo aberto sobre temas como a importância da Biotecnologia para a adaptação das plantas aos desafios inerentes às alterações climáticas, a necessidade de tornar acessível a Agricultura Digital e de Precisão, a forma como a Agricultura de Conservação protege o solo e promove a biodiversidade e a importância da investigação e desenvolvimento de Biopesticidas para o estabelecimento de sistema de produção mais sustentáveis, enquadrados nos principais desafios que o setor e profissionais enfrentam. O roadshow Smart Farm Virtual já passou por regiões como Santarém, Évora, Faro e Castelo Branco e a 22 de novembro vamos estar em Coimbra. Em 2024 esta sensibilização irá continuar, passando por Lisboa e Vila Real, sendo que, sempre que possível, estaremos presentes em encontros, debates ou sessões onde possamos dar a conhecer esta plataforma.
O evento de 22 de novembro, na Agrária, contará com a colaboração de alguns dos parceiros da ANIPLA neste projeto – como o CIB – Centro de Informação e Biotecnologia (CiB) e o Smart Farm Colab .
Em debate nesta sessão estarão temas como: a importância da Biotecnologia para a adaptação das plantas aos desafios inerentes às alterações climáticas; a necessidade de tornar acessível a Agricultura Digital e de Precisão; a forma como a Agricultura de Conservação protege o solo e promove a biodiversidade; e ainda a importância da investigação e desenvolvimento de Biopesticidas para o estabelecimento de sistemas de produção mais sustentáveis.
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