A Proteção Civil indicou hoje que as próximas 12 horas “ainda vão ser complexas” em relação aos incêndios e alertou para a chuva forte que pode provocar deslizamento de terras nas zonas afetadas pelos fogos dos últimos dias.
“A situação do ponto de vista meteorológico durante o dia de hoje tende a ter uma melhoria em relação aos incêndios rurais, contudo as próximas 12 horas ainda são complexas. Com esta alteração da meteorologia é expectável que possa haver algum vento intenso. Quem está no terreno, os operacionais e a população, têm de ter atenção às rotações dos ventos e às alterações das frentes do fogo que ainda estão ativas”, disse aos jornalistas o comandante nacional de emergência e proteção civil.
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Na conferência de imprensa realizada na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) em Carnaxide, Oeiras, para fazer um ponto de situação dos incêndios que lavram nas regiões do norte e centro de Portugal desde domingo, André Fernandes avançou que a “situação meteorológica vai alterar-se ao longo dia de hoje, a partir das 20:00”, estando previstos aguaceiros que vão começar na região sul do país e estender-se gradualmente para as zonas centro e norte.
O comandante nacional alertou para que sejam tomadas algumas medidas preventivas sobretudo nas zonas afetadas pelos incêndios, onde a chuva poderá ser “pontualmente forte” na sexta-feira e sábado.
Segundo André Fernandes, as áreas afetadas pelos incêndios rurais vão ficar sem coberto vegetal, ficando assim “mais expostas e vulneráveis à precipitação” e pode “ocorrer o arrastamento de objetos soltos para as vias rodoviárias” e deslizamento de terras.
Nesse sentido, indicou que “já foram dadas orientações para que se iniciem os trabalhos de estabilização de emergência e a verificação das situações mais críticas para implementar as medidas mitigadoras para salvaguarda das pessoas e dos seus bens”.
Nos incêndios que atingem desde domingo as regiões norte e centro do país morreram sete pessoas, embora oficialmente a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil apenas contabilize cinco, excluindo da contabilização duas pessoas que morreram de doença súbita no contexto dos fogos.
Cerca de 166 pessoas ficaram feridas, dezenas de casas foram destruídas e as autoridades cortaram estradas e autoestradas.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus.
Segundo a ANEPC, ao fim da manhã d hoje estavam em curso 18 incêndios, que mobilizam 1.642 operacionais, 509 meios terrestres e 20 meios aéreos, mas os que mais preocupam são os fogos em Castro Daire, Arouca e Penalva do Castelo.
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