O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) quer ver avanços na negociação na reposição das carreiras nos Transportes Urbanos de Coimbra para propor a suspensão da greve marcada para abril, afirmou hoje um dirigente sindical.
A Câmara de Coimbra, o secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Silvério Regalado, e representantes dos trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) tiveram uma primeira reunião na segunda-feira, depois de uma greve de dois dias em fevereiro e outra de três em março, numa luta pela reposição das carreiras de motoristas e mecânicos.
Em declarações à agência Lusa, a coordenadora regional do STAL, Luísa Silva, disse que esta foi uma “reunião muito inicial”, mas que ficou já acordada uma segunda reunião, em Lisboa, antes de 11 de abril, novamente com o secretário de Estado Silvério Regalado, mas também com o Ministério das Finanças, para debater uma proposta de melhoria remuneratória para mecânicos e motoristas dos SMTUC.
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Luísa Silva referiu que o STAL ficou responsável por enviar na próxima semana uma proposta de carreira e valorização remuneratória destes trabalhadores, que será depois analisada nessa reunião.
“Se houver avanços na discussão da proposta, iremos propor a suspensão da greve de abril, em plenário de trabalhadores, mas serão os trabalhadores a decidir se a greve é suspensa”, disse, esperando que, após essa reunião com o Governo, haja algo de mais concreto.
Depois das duas greves em fevereiro e em março, seguem-se quatro dias em abril (de 21 a 24), num calendário de luta que aumenta um dia todos os meses até setembro, mês em que deverão realizar-se as eleições autárquicas, totalizando 44 dias de paragem.
A dirigente sindical afirmou à Lusa que a reunião de segunda-feira foi “um passo positivo” e que o secretário de Estado mostrou-se “ciente do problema”, esperando que, mesmo com eleições legislativas marcadas e com o Governo em gestão, o dossiê da reposição da carreira possa ficar pronto para ser aprovado pelo próximo executivo.
Luísa Silva afirmou ainda que o sindicato não espera que o problema fique inteiramente fechado no espaço de um mês.
Questionada sobre se também será proposta a suspensão da greve de maio, marcada para o final do mês, já após as eleições, Luísa Silva disse que a luta será analisada mês a mês, pelos trabalhadores.
A pouca atratividade dos salários pagos aos motoristas, que não têm uma carreira especializada, tem criado pressão sobre o serviço prestado pelos SMTUC, que no mapa de pessoal para 2025 indicava que tinha mais de 40 vagas por preencher.
Na segunda-feira, a Câmara de Coimbra voltou a apelar à suspensão da greve nos SMTUC, vincando que tem continuado a cumprir o seu compromisso de trabalhar em todas as frentes para construir as melhores soluções para a resolução dos problemas dos SMTUC, dos seus trabalhadores e dos munícipes.
A Câmara de Coimbra referiu ainda que a reunião de segunda-feira só não aconteceu há mais tempo “apenas devido à vicissitude da demissão do anterior secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, o que atrasou inevitavelmente o processo e a marcação de uma reunião”.
Sobre a reunião, informa ter decorrido de forma “muito construtiva”, com um “diálogo franco e aberto”.
“Devido à queda do Governo não é possível desencadear novas iniciativas legislativas, mas todas as partes estão empenhadas em desenvolver o processo, para que o próximo Governo possa tomar decisões rápidas assim que tomar posse”, afirmou.
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