O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acusou hoje o Governo de pretender privatizar a saúde depois da titular da pasta ter defendido o regresso de vários hospitais ao modelo de parceria público-privada (PPP).
Segundo um comunicado do SEP, as recentes declarações da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, revelam que “o objetivo do Governo é, e sempre foi, privatizar a saúde”.
Na quarta-feira, no ‘podcast’ Política com Assinatura, da rádio Antena 1, a ministra defendeu a retoma do modelo de PPP “em muitas unidades de saúde”, como o hospital de Loures, justificando com “uma questão de gestão”.
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Ainda de acordo com Ana Paula Martins, se a um determinado tipo de unidade de saúde for devolvido um modelo de concessão e de gestão com normas que são utilizadas no setor privado consegue-se “melhores resultados para as pessoas”.
No comunicado, o SEP assinala que a titular da pasta da saúde não esclarece “se a atribuição do regime de PPP a uma unidade hospitalar determinará que toda a Unidade Local de Saúde, incluindo os centros de saúde, sejam geridos pelo parceiro privado”.
O sindicato assinala que o Governo “nada tem feito” para debelar “o deficiente funcionamento” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), causado por “subfinanciamento crónico”, falta de autonomia de gestão das administrações hospitalares, carência de pessoal, desvalorização de carreiras e “promiscuidade entre o setor público e os setores privado e social”.
“A ausência de planificação de médio e longo prazo para a construção, aquisição e modernização dos equipamentos continua a não existir, assim como para a contratação de profissionais de saúde”, sustenta o SEP.
Na entrevista à Antena 1, a ministra da Saúde reiterou que defende um modelo complementar de prestação de cuidados de saúde, alegando que, quando esgotada a capacidade do SNS, não vai “deixar pessoas à espera desde que aceitem ser tratadas no privado ou no social”.
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