Sindicato apela à abertura do Governo para rever descongelamento das carreiras
O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP), José Abraão, apelou hoje à abertura do Governo para rever as carreiras gerais que não são alteradas há 10 anos.
“Não faz sentido nenhum que, até agora, estas carreiras inalteradas”, que hoje acabam por ter com a progressão mudanças remuneratórias de 4,5 euros em cada uma fases do congelamento, “não tenham sido corrigidas”, frisou o dirigente sindical, que na segunda-feira se vai reunir com o Governo.
José Abraão, que falava aos jornalistas em Coimbra, à margem do encontro com uma cerca de uma centena de dirigentes sindicais para análise da atual situação político-sindical na Administração Pública, lamentou que o Governo “pouco se tenha ocupado para as corrigir, originando injustiças gritantes”.
Segundo o sindicalista, “chegou ao limite a diferenciação que é feita entre os trabalhadores em contrato individual de trabalho e contrato de trabalho em funções públicas, nomeadamente nos hospitais EPE”.
Nesta situação, explicou, estão cerca de “40 mil trabalhadores que, em muitos casos, ainda praticam 40 horas, e que depois têm o salário mínimo nacional, como é o caso dos assistentes operacionais”.
“Num quadro em que nem têm carreira, nem têm progressão”, sublinhou José Abraão, fazendo votos de que os ministérios da Saúde e das Finanças possam fazer alguma “luz sobre a resolução do problema”, numa reunião que vai decorrer na próxima segunda-feira.
Para o secretário-geral do SINTAP, é “uma injustiça gritante que alguém que trabalhe no hospital há 15 anos progrida e outros não progridam”.
A questão da precariedade foi outro dos temas abordados pelo dirigente sindical, que revelou ter pedido reuniões a vários ministros “na expectativa que o trabalho produzido pelas comissões de avaliação possa contribuir para a resolução dos precários que foram ao programa [de admissão]”.
“Porque de outra forma há comissões que vão concluir o seu trabalho e só cerca de 70% têm luz verde para ir a concurso de seleção com vista a passarem de um contrato precário para um contrato permanente”, salientou.
José Abraão anunciou ainda que, no conjunto destas questões, o SINTAP vai apresentar à Provedora de Justiça estas preocupações “no sentido de que se manifeste e tome posição sobre a matéria também como forma de alertar para os problemas e para que, de facto, o Governo resolva”.
O líder do SINTAP adiantou também que os trabalhadores da função pública vão continuar a exigir aumentos salariais em 2019 para que “não se assista a uma maior degradação dos salários dos trabalhadores e até porque, no passado, os aumentos dos vencimentos na administração pública tinham impacto naquilo que era a negociação coletiva e os aumentos dos salários no setor privado”.
“O que está a acontecer hoje é que no setor privado, onde há alguma valorização da negociação coletiva, os salários vão aumentando e dos trabalhadores da administração pública vão reduzindo”, disse o sindicalista.
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