Cidade
Silva diz que Machado falsificou ata. Somos Coimbra pede demissão do Presidente da Câmara
O movimento Somos Coimbra, liderado por José Manuel Silva, pediu hoje a demissão do presidente e do vice-presidente do município de Coimbra por alegada falsificação de uma votação na aprovação do regimento das reuniões camarárias.
O antigo bastonário da Ordem dos Médicos e vereador na autarquia acusou o presidente Manuel Machado de, com a conivência do vice-presidente, Carlos Cidade, ter falsificado o “resultado de uma votação da Câmara e logo num dos seus momentos mais solenes, a aprovação do Regimento das reuniões do executivo”, e apresentou queixa à Provedoria de Justiça e à Inspeção Geral das Finanças.
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Fonte do gabinete de comunicação do município disse à agência Lusa que o executivo solicitou todos os elementos referentes ao processo ao departamento responsável para depois, eventualmente, prestar esclarecimentos.
“De acordo com ata da reunião de Câmara de 31 de outubro de 2017, o Regimento das reuniões da Câmara Municipal de Coimbra foi aprovado por unanimidade, o que é falso, pois os (dois) vereadores eleitos em nome do movimento Somos Coimbra expressaram inequivocamente a sua rejeição”, disse hoje José Manuel Silva, em conferência de imprensa.
O ex-candidato ao município de Coimbra adiantou que, na reunião de 13 de novembro, manifestaram a sua estranheza pela menção de unanimidade na votação e solicitaram a audição da gravação, que foi relegada pelo presidente do município para o final daquela reunião.
Segundo o líder do movimento, da audição da gravação “resulta explicitamente a irregularidade da votação, que não decorreu de forma completa, não tendo sido pronunciado o resultado da votação (com discriminação dos sentidos dos votos) nem proclamada a alegada unanimidade”.
“Por conseguinte, em termos técnicos, o regimento não chegou a ser votado”, sublinhou.
Segundo José Manuel Silva, posteriormente o movimento tentou que o vice-presidente ouvisse a gravação, sem que o autarca acedesse ao pedido, e, “por sugestão do chefe de gabinete do presidente da Câmara”, entregou um requerimento escrito a solicitar o “não apagamento da gravação até ao apuramento dos factos”.
“A 27 de novembro de 2017, numa clara manifestação de indigna má-fé e de surpreendente e chocante ausência de vontade em apurar a verdade, o senhor presidente limitou-se a informar que o requerimento fora indeferido e que, por tal, a gravação da primeira reunião da Câmara fora já apagada”, contou o vereador.
O antigo bastonário da Ordem dos Médicos referiu ainda que voltou a efetuar mais dois pedidos, a 22 de dezembro e a 28 de março, a solicitar a correção do teor da ata “sem qualquer sucesso”.
Para o movimento Somos Coimbra, “é evidente que o presidente da Câmara, com a conivência do vice-presidente, falsificou o resultado de uma votação, inaceitável em democracia e mais própria de uma ditadura fascista”.
“Repare-se que não estamos meramente a acusar, estamos a provar que o senhor presidente e o vice-presidente cometeram deliberada e conscientemente uma das mais graves faltas em democracia, a falsificação consciente de uma votação”, sustenta José Manuel Silva, após ter dado a escutar aos jornalistas uma cópia da gravação da referida votação.
Para o movimento Somos Coimbra, doravante os dois principais responsáveis do município “não reúnem as condições exigíveis nem os níveis mínimos de confiança e idoneidade para continuarem no exercício das suas funções”, pelo que devem de imediato apresentar a sua demissão.
Veja tudo no vídeo do Directo NDC:
Visado por José Manuel Silva, Carlos Cidade. Vice-Presidente da CMC, publicou um post no Facebook logo a seguir ao nosso directo:
É impressionante, como há pessoas, com uma capacidade de manipulação e de conquistarem facilmente a simpatia das pessoas, e que muitas vezes até ocupam cargos relevantes onde exerceram ou exercem poder.
Pessoas essas que tem atitudes antissociais, pois são incapazes de se estabelecerem corretamente nas normas sociais, isto é, de autêntica anormalidade!
Os seus desvios de caráter, de ausência de sentimentos, de frieza, de insensibilidade aos sentimentos alheios, de manipulação, e até de narcisismo e egocentrismo, são capazes de encenarem “estórias” e mesmo atos repugnantes!
Pessoas próximas de Carlos Cidade comentam na publicação que esta mensagem é dirigida a José Manuel Silva.
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