Saúde
Será que é este ano que o meu bebé chega? 5 conselhos para lidar com a ansiedade
Se a maternidade está nos seus planos há algum tempo e espera que este seja finalmente o ano em que o sonho se vai transformar em realidade, procure ajuda especializada.
A fertilidade é influenciada por diversos fatores, nomeadamente biológicos, genéticos, idade e saúde em geral. Para além destes fatores, a vivência da infertilidade pode ter um forte impacto emocional. Nalguns casos a ansiedade torna-se mesmo num forte adversário. As respostas emocionais são determinantes para a forma como cada pessoa enfrenta as suas dificuldades reprodutivas, lembra a psicóloga Filipa Santos.
Os tratamentos de fertilidade podem gerar uma montanha-russa de emoções, um caminho incerto, com várias etapas e momentos de espera de resultados. “Na nossa sociedade, ainda existe a crença generalizada de que as mulheres podem engravidar a qualquer altura das suas vidas ou que um tratamento é a solução imediata para as dificuldades reprodutivas”, afirma Filipa Santos, psicóloga do IVI Lisboa.
Para algumas pessoas, o confronto com a realidade é vivenciado como um choque que tem um forte impacto na forma como se sentem, como se veem no momento atual e também como se projetam no futuro.
O bem-estar emocional e físico da mulher e do casal muitas vezes são afetados pela ansiedade, pelos sentimentos de desilusão e frustração que podem surgir com os tratamentos. É importante aprender a regular a ansiedade, a compreender e cuidar da componente emocional, de forma a realizar os tratamentos nas melhores condições físicas e psicológicas. “Ao cuidar da saúde emocional, a mulher está também a cuidar do contexto em que o seu bebé um dia vai ser concebido e desenvolvido”, frisa a psicóloga.
Filipa Santos deixa-lhe alguns conselhos para regular as emoções e viver uma vida mais plena:
Aprenda a relaxar: Reserve alguns minutos por dia para meditar ou praticar mindfulness para apaziguar a mente. Exercícios simples de respiração, por exemplo, ajudam a promover uma sensação de calma. O exercício físico em si não melhora a fertilidade, mas produz benefícios cardiovasculares, metabólicos, endócrinos e neurológicos. Também ajuda a reduzir o stress e melhora o sono para pessoas que o praticam com frequência. Por isso, faça caminhadas, ioga, pilatos ou outros exercícios de que goste de forma moderada.
Viva a sua vida: O desejo de engravidar é apenas uma parte da sua vida e não o todo, não deixe que isso a defina. Pratique atividades ou hobbies que lhe tragam prazer. Evite monitorar obsessivamente o ciclo menstrual ou realizar testes de gravidez frequentemente, pois isso pode aumentar a ansiedade – para isso, procure a ajuda de um especialista. Na vida íntima, não resuma a relação sexual a um ato de conceção, mas em momentos de proximidade e amor. Uma vida sexual satisfatória aumenta a endorfina e melhora o humor e a autoestima.
Procure apoio psicológico: Não tenha receio de pedir ajuda e nem a recuse mesmo que ache que não está a precisar de apoio psicológico. O processo de ser mãe nem sempre é um caminho fácil e tão rápido como desejamos. Conversar com um profissional pode ajudar a mulher ou o casal a lidar com as emoções e a tomar decisões mais conscientes e informadas. Não guarde todas as emoções para si. Compartilhe as suas dúvidas e angústias com pessoas da sua confiança e troque experiências com outras que estejam a enfrentar a mesma jornada para diminuir a sensação de isolamento.
Alimente-se bem: Afaste-se do consumo de tabaco e álcool, pois está comprovado que prejudicam a fertilidade de homens e mulheres. Além disso, também deve evitar alimentos processados. Os alimentos naturais são a chave para alcançar uma dieta saudável. O consumo deve ser variado, rico em todos os tipos de alimentos, incluindo sementes, grãos, legumes, proteínas animais e/ou vegetais e produtos não refinados, ricos em fibras. Se optar por uma alimentação variada, rica em produtos naturais, não só conseguirá uma alimentação saudável, mas também evitará o excesso de peso corporal, grande inimigo da fertilidade.
Durma bem: Mantenha um ciclo de sono saudável. É tão importante como a nutrição. Devemos dormir, no mínimo, oito horas por dia. O sono deve ser organizado de forma responsável, seguindo rotinas nas quais nos levantamos e vamos para a cama todos os dias à mesma hora. Dormir no escuro também ajuda o corpo a descansar adequadamente, pois isso vai melhorar a produção de melatonina no nosso corpo. Não se trata apenas das horas que dormimos, mas da qualidade do nosso sono.
Lembre-se de que cuidar de si mesma e da relação do casal não é apenas importante para sua saúde emocional, mas também pode impactar positivamente toda a sua jornada de fertilidade. A saúde psicológica é fundamental. “A resiliência ajuda-nos a gerir melhor o stress das situações difíceis e a aproveitarmos as coisas boas da vida, mesmo quando há aspetos que não estão a correr tão bem ou na velocidade que nós desejamos”, remata.
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