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“Sem um nós não poderá haver voz” tem data marcada para o Convento São Francisco
A peça coreográfica “Sem um nós não pode haver voz”, de Paulo Ribeiro, um “solo coletivo” inspirado no universo do realizador Ingmar Bergman, vai estrear-se na sexta-feira na nova Academia de Artes do Estoril, concelho de Cascais.
Em estreia absoluta, a nova peça estará em palco até domingo e, em paralelo às datas de apresentação, a Companhia Paulo Ribeiro irá realizar um ensaio aberto na quarta-feira, pelas 15:30, no auditório da Academia, de acordo com a produção.
Partindo de “Sem um tu não pode haver um eu”, o solo interpretado em 2014 pelo próprio Paulo Ribeiro, o coreógrafo apresenta agora “um solo coletivo que procura, na densidade comum à obra do cineasta sueco, descobrir pontos de luz e procurar a celebração do corpo em permanência”.
Nas palavras do coreógrafo, citado num comunicado da produção, este é “um solo multiplicado por cinco, que utiliza a densidade e o excesso de movimento para se distanciar de si, para se olhar do exterior, para criar texturas e dinâmicas que convocam humor e emoção”.
“Um solo que passa a ser um movimento coletivo e que, por isso mesmo, constrói cumplicidade dentro e fora da sua execução”, descreve ainda.
A interpretação ficará a cargo dos cinco bailarinos que compõem o novo elenco fixo da companhia: Afonso Cunha, Liliana Oliveira, Maria Martinho, Mariana Vasconcelos e Rita Ferreira.
Decorrerá também uma conversa pós-espetáculo em torno da nova criação, no sábado, com o coreógrafo Paulo Ribeiro, a professora e investigadora Luísa Roubaud e a editora Cristina Ovídio.
“Sem um nós não poderá haver voz” iniciará a sua digressão em setembro, tendo já apresentações marcadas para dia 23 desse mês, no Teatro Garcia de Resende (Évora), no âmbito do Festival Internacional de Dança Contemporânea, e dia 16 de dezembro, no Convento São Francisco (Coimbra), entre outros.
Em março deste ano, em declarações à agência Lusa, o coreógrafo Paulo Ribeiro dizia acreditar que o seu trabalho iria poder “respirar plenamente” com a nova possibilidade de um projeto de elenco fixo de bailarinos, e de apoio financeiro, através da instalação da companhia de autor em Cascais.
Naquele que considerou ser um “regresso às origens”, no município onde passou a infância e grande parte da adolescência, o bailarino e coreógrafo de 63 anos começou, na altura, a ensaiar a nova peça.
“Finalmente posso ter uma equipa fixa de bailarinos para criar, que é algo que eu ambiciono há imenso tempo”, comentou, sobre as condições que alcançou através de um acordo com a Câmara Municipal de Cascais para quatro anos.
A Companhia Paulo Ribeiro ficará instalada até 2026 no Edifício Cruzeiro, onde a autarquia inaugurou, em janeiro, a Academia de Artes do Estoril, para acolher também a Escola Profissional de Teatro de Cascais, o Conservatório de Música e Dança de Cascais e a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras.
“Nos tempos que correm não é um luxo, mas é um privilégio fantástico”, admitiu o coreógrafo, que além da cedência do espaço, terá um apoio financeiro de 90 mil euros anuais da autarquia para os próximos quatro anos, a somar ao apoio que obteve no concurso quadrienal da Direção-Geral das Artes, de 300 mil euros anuais.
Para o coreógrafo, um dos nomes destacados da Nova Dança Portuguesa, vão ser quatro anos para “respirar novamente e plenamente”.
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