Coimbra
Sem abrigo “pouco colaborante” dorme, come e faz necessidades no coração de Coimbra
Um homem escolheu, no início de novembro, passar a morar junto à entrada da Mediação da Seguradora Fidelidade em Coimbra. Junto ao número 449 da avenida Fernão de Magalhães, passou a dormir em cima de um colchão, fazer as necessidades para uma lata e ter a comida em cima de um posto de transformação de eletricidade. Na tarde de terça-feira, 9 de janeiro, o indivíduo mudou os seus pertences para outro local. Manteve-se na Avenida Fernão de Magalhães, mas passou a “morar” junto ao número 491 – local onde funcionou o Banco Espírito Santo e Novo Banco (logo a seguir à agência da seguradora Fidelidade).
A situação dura desde novembro de 2023 e tem motivado algumas queixas junto do Notícias de Coimbra. O cheiro nauseabundo que se sentia nas imediações, a meio caminho entre a 2.ª Repartição da Direção de Finanças de Coimbra, Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e a Direção Regional da Agricultura e Pescas do Centro, era o principal motivo desses protestos.
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Este indivíduo do sexo masculino, ao que tudo indica de nacionalidade portuguesa, está ausente daquele local durante uma boa parte do dia, mas antes de sair tem o cuidado de levantar o colchão onde dorme encostando-o junto à montra daquele espaço. Durante esse período, coloca também as poucas peças de roupa que tem debaixo de um dos assentos de cimento.
Apesar de não ser uma pessoa conflituosa, os “vizinhos” mostram-se preocupados com a situação, tendo alguns deles dito ao Notícias de Coimbra que já a denunciaram junto de diversas instituições mas “nada foi feito até agora”.
É que, para além deste homem, a zona tem sido ocupada por um casal que, na manhã de terça-feira 9 de janeiro, já não tinha naquele local nenhum dos seus pertences.
“Nós temos pena do senhor e não queremos que nada de mal lhe aconteça, mas a situação está a ficar cada vez pior pois este já passou a ser um caso de saúde pública”, disse ao Notícias de Coimbra uma das “vizinhas” deste sem-abrigo.
Esta terça-feira, 9 de janeiro, o homem decidiu mudar os seus aposentos para outra área da Avenida Fernão de Magalhães. O local escolhido foi o número 491, espaço onde esteve a funcionar a agência do Novo Banco. Os trabalhos tiveram início logo a seguir ao almoço.
Carregue na galeria e conheça os locais onde este homem está a “viver” desde o início de novembro
O Notícias de Coimbra questionou o Município de Coimbra se era do seu conhecimento que as equipas de rua já teriam contactado “este cidadão tendo em vista a sua “deslocação” para uma instituição onde ele pudesse pernoitar”.
Em resposta, a autarquia referiu que aquele homem “não disponibiliza qualquer informação pessoal às equipas de rua que ali se deslocam para prestar eventual apoio, é pouco colaborante e não aceita qualquer tipo de apoio, quer alimentar, ou qualquer outro”. “De referir que a pessoa não transmite às equipas de rua qual o motivo para pernoitar naquele espaço”, frisam.
Ao mesmo tempo, o município afirma que “as equipas de rua, em todos os momentos de contacto com esta pessoa, apresentam alternativas de alojamento, designadamente a integração no Centro de Acolhimento de Emergência Noturno para Pessoas em Situação de Sem-Abrigo de Coimbra (CAEN-PSSA), tendo esta pessoa recusado sistematicamente a sua integração nesta resposta de alojamento”.
“Apesar da sistemática recusa de integração no CAEN-PSSA, as equipas de rua, bem como todas as outras entidades que integram o NPISA/C, continuam a acompanhar estas pessoas, com o objetivo final de as retirar da condição que se encontram”, frisam.
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