Cinema
Seia: Douce France conquista Grande Prémio na 27ª Edição do CineEco
O Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela acaba de anunciar os vencedores da 27ª edição, num ano em que a produção europeia e nacional provou a sua grande vitalidade na abordagem diversa e crítica sobre as temáticas ambientais. O CineEco em Seia fechou as portas ao grande ecrã este sábado, mas parte em itinerância pelo país já nos próximos meses por associações, teatros, universidades e auditórios. A próxima edição do Festival em Seia tem já data marcada e irá realizar-se entre 8 e 15 de outubro.
”Douce France” arrecadou o “Grande Prémio Ambiente – Câmara Municipal de Seia”. A obra de Geoffrey Couanon retrata a aventura ecológica e social de um grupo de jovens estudantes sobre o polémico projeto de construção de um complexo comercial – EuropaCity – na sua terra-natal. Um filme-documentário revelador, que nos leva a refletir sobre os nossos próprios modelos de consumo, a produção agrícola e as escolhas que tomamos, ou não, na nossa comunidade.
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O “Prémio Antropologia Ambiental – Zurich Seguros” coube a “Arica”, de Lars Edman, William Johansson Kalén, um documentário sobre o chamado colonialismo tóxico e que dá a conhecer um inédito julgamento transnacional para apurar a responsabilidade de uma empresa de minério sueca, que chegou a exportar milhares de toneladas de lixo tóxico para a cidade chilena, Arica.
A Menção Honrosa Longa-Metragem Internacional foi conquistada por Svetlana Rodina, com “Ostrov – Lost Island”.
Na Competição Internacional de Curtas-Metragens, a viagem de um grupo de crianças de colónias extraplanetárias rumo a uma Terra inabitável, “Flight to Earth” de Ignacio Rodó, conseguiu o “Prémio Curta-Metragem Internacional – Turistrela”. Já o “Prémio Educação Ambiental – Associação Mares Navegados” coube ao filme de animação “#fishingtheplastic”, da autoria de Marina Lobo realizadora do igualmente premiado, “Aquametragem” que integrou a competição da 25ª edição do CineEco . Nesta Competição específica, o júri do CineEco 2021 atribuiu 3 Menções Honrosas, a saber: “Migrants” de Hugo Caby, Antoine Dupriez, Aubin Kubiak, Lucas Lermytte, Zoé Devise; “Acorns” de Bradley Furnish e “Centrifugadora” de Ignacio Rodó.
Na Competição de Séries e Reportagens Televisivas, o “Prémio Televisão” rumou para o documentário francês, “Vert de Rage, du charbon dans les poumons (Green Warriors: Coal in the Lugs)” de Martin Boudot que, juntamente com um grupo de cientistas, cidadãos e jornalistas, seguiu na busca pelas provas de contaminação do ar. A Menção Honrosa nesta categoria foi atribuída a “O lado negro do azeite” de Sandra Cóias e Pedro Rego; “Des legumes dans la ville” de Aurelien Francisco Barros e “Migradores de Longa Distância – Entre o Tejo e o Ártico” de Pedro Miguel Ferreira e Joaquim Pedro Ferreira.
Na Competição de filmes e documentários em Língua Portuguesa, o “Prémio Camacho Costa – Lipor” na categoria Longa-Metragem ficou com Márcia Paraíso e Francisco Colombo para o documentário “Sobre Sonhos e liberdade”, filme que aborda o contexto da abolição da escravatura no Brasil, um dos momentos cruciais da história deste país. O “Prémio Curta-Metragem em Língua Portuguesa” foi conquistado por Bruno Lourenço com “Oso”, relato sobre o possível regresso do urso-pardo ao norte de Portugal e os obstáculos criados pelo Homem e pela vontade do urso. As Menções Honrosas ficaram para “A nossa terra, o nosso altar” de André Guiomar e “A Mala” de Diogo Pereira e Angelizabel Freitas, respetivamente nas categorias de Longas-Metragens e Curtas-Metragens.
O jovem senense, Gabriel Ambrósio, conquistou o “Prémio Panorama Regional – Casa da Passarella” com a curta-metragem “Um Quadro de História” sobre a vida das abelhas e do processo de criação de mel. O “Prémio Valor da Água – Águas do Vale do Tejo” seguiu para “Living Water” de Pavel Borecký, um filme que aborda uma bomba-relógio ambiental e a história de luta entre beduínos, engenheiros e agricultores pelo “ouro azul” num dos países mais pobres em termos de recursos de água, a Jordânia.
O Júri da Juventude, composto por um painel de 6 jovens, atribuiu os seguintes galardões em todas as competições: Prémio Juventude Longa-Metragem para “Ophir” de Alexandre Berman e Olivier Pollet; Menções Honrosas foram para “Douce France” de Geoffrey Couanon; “Arica” de Lars Edman e William Johansson Kalén. Prémio Juventude Curta-Metragem atribuído a “Flight To Earth” de Ignacio Rodó com as Menções Honrosas para “Acorns” de Bradley Furnish; Prémio Juventude Séries e Reportagens Televisivas para “O lado negro do azeite” de Sandra Cóias e Pedro Rego com a Menção Honrosa a seguir para “Plástico, o novo continente (episódio 1)” de Catarina Canelas; o Prémio Juventude Longa-Metragem em Língua Portuguesa para “A nossa terra, o nosso altar” de André Guiomar e Prémio para Curtas-Metragens “Para cá do Marão”, José Mazeda, com as Menções Honrosas para Curtas-Metragens em Língua Portuguesa atribuídas a “O que não se vê” de Paulo Abreu e “Alma” de Mónica Santos; para o Prémio Juventude Panorama Regional, o júri da juventude escolheu premiar “Um Quadro de História” de Gabriel Ambrósio. Nesta categoria, a Menção Honrosa coube a “O Meu Vento é o Norte” de Mariana Silveira.
Portugal, França e Espanha foram os países com maior representação cinematográfica na Competição Oficial da 27ª edição do CineEco que decorreu na Casa Municipal da Cultura de Seia, entre 9 e 16 de outubro. Este ano, o mais antigo festival de cinema ambiental do mundo recebeu 93 filmes de mais de 20 países, uma edição marcada pelo regresso do público às salas de cinema, com todas as sessões praticamente esgotadas ainda que tivessem sido salvaguardadas todas as regras de segurança e higiene recomendadas pela Direção-Geral de Saúde.
«A partir de Seia, cidade pequena do interior de Portugal, continuamos a construir um Festival para todos e a apostar cada vez mais na produção nacional, sem nunca esquecer o que de melhor se faz em todo mundo. O CineEco voltou a trazer à luz do dia algumas das mais prementes temáticas relacionadas com o Ambiente e já é o centro de discussão das problemáticas que assolam as comunidades e que se relacionam com as alterações climáticas; o lixo tóxico, a poluição atmosférica, a falta de água, entre outros temas. Uma palavra para os jovens que regressaram em força e voltaram a marcar a diferença, quer na apresentação de trabalhos em competição, que na forte afluência ao auditório e cineteatro para participarem nas Ecotalks e restantes atividades paralelas», concretiza a Direção do Festival.
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