Economia

Seguradoras pagam 715 milhões de euros em indemnizações por catástrofes naturais

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 24-05-2023

As seguradoras pagaram 715 milhões de euros em indemnizações relacionadas com catástrofes naturais, entre 2009 e 2019, segundo um estudo citado hoje, dia 24 de maio, em comunicado pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS).

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Segundo Gonçalo Vieira da Luz, professor convidado de finanças na Nova SBE e coautor do estudo “Protection gaps na economia portuguesa”, “as indemnizações pagas pelas seguradoras referentes a catástrofes naturais ascenderam a 715 milhões entre 2009 e 2019″, pode ler-se no comunicado.

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A análise, apresentada durante uma conferência da APS, realizada na segunda-feira, em Lisboa, refere ainda que “as indemnizações relacionadas às catástrofes naturais foram mais significativas nos anos de 2010, 2013, 2017 e 2018”, disse o professor, citado pela APS.

O coautor do estudo defendeu que é urgente criar “um sistema que permita responder de forma rápida e eficaz na eventualidade de uma ocorrência” e acrescentou que “há pelo menos 11 países com sistemas nacionais de seguro para riscos de catástrofe natural, dos quais nove cobrem explicitamente o risco sísmico, nomeadamente: Dinamarca, Espanha, França, Islândia, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Reino Unido, Suíça, Turquia ou EUA.”

A diretora do Parque de Serralves e professora na área da biodiversidade e ecologia na Universidade de Coimbra, Helena Freitas, relembrou que, a nível global, 2020 foi o segundo ano mais quente de que há registo, com uma temperatura média de 1,2°C acima da média pré-industrial.

Por sua vez, o diretor do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais, Domingos Xavier Viegas, alertou que “os danos causados pelos incêndios florestais podem ser muito custosos, em termos ambientais, sociais e económicos” e que “a sua recuperação envolve um volume financeiro muitas vezes superior ao que se investe na prevenção e supressão do risco”.

Já Luís Guerreiro, professor no Instituto Superior Técnico, referiu que 25% do edificado foi construído sem consideração da ação sísmica e que 65% do edificado é anterior ao regulamento de 1985, o que mostra a vulnerabilidade do parque habitacional em Portugal.

O presidente da APS, José Galamba de Oliveira, sublinhou que “a definição de estratégias que permitam prevenir e mitigar, de forma adequada, os riscos associados aos fenómenos da natureza está a ganhar cada vez mais relevância”.

“A Assembleia da República aprovou recentemente uma recomendação ao Governo para a criação de um Fundo de Garantia para os Riscos Climáticos e Sísmicos e a Deco defendeu publicamente, esta semana, a cobertura obrigatória de sismos nas apólices multirriscos habitação”, realçou José Galamba de Oliveira.

Para o presidente da APS, “é urgente empreender projetos estruturados para esse fim através da implementação de medidas concretas no terreno.”

A iniciativa da APS enquadra-se no ciclo de conferências “Os seguros num mundo em transformação”.

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