Governo
Secretário de Estado da Juventude diz que são “disparates” as acusações de favorecimento
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto classificou hoje como “disparates” as recentes acusações de que terá favorecido apoiantes do PS e familiares seus na contratação de empresas no âmbito da pandemia da covid-19.
João Paulo Rebelo, que é também Coordenador Regional do Centro no Combate à Covid-19, foi questionado sobre o assunto à saída de uma sessão formativa da Força Aérea Portuguesa sobre os procedimentos de higienização a adotar na Escola Secundária Júlio Dinis, em Ovar, distrito de Aveiro, para reabertura das aulas presenciais a alunos do 10.º e 11.º anos de escolaridade.
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O governante é acusado de ter favorecido um ex-sócio na contratação de empresas aptas a realizar testes de diagnóstico à covid-19, de ter recrutado para motorista oficial um apoiante político que já conduziu sob o efeito de álcool e de também estar envolvido na nomeação da sua cunhada Helena Rebelo para a administração do Centro de Saúde de Lafões, assim como na exoneração do vice-presidente do Instituto Politécnico de Viseu.
João Paulo Rebelo reagiu aos pedidos de esclarecimento sobre os assuntos relativos a saúde começando por apontar a uma das jornalistas que o questionou “algum nervosismo”, justificado pela “quantidade de disparates” que acusou essa profissional de ter proferir. Entretanto, foi ele próprio que evidenciou desconforto ao proceder a sucessivos reajustes na sua máscara de proteção, acabando por declarar que, no caso da empresa de testes à covid-19, se limitou a referir a sua existência.
“Eu não adjudiquei nada, não faço contratos, apenas me limitei – como aconteceu também em Leiria, em Castelo Branco, na Guarda, em Coimbra – a fazer no terreno uma exposição do que é o nosso trabalho, identificando capacidades instaladas para que pudéssemos acudir ao que eram essas necessidades de combate à pandemia”, disse o governante.
“Tudo foi feito com total lisura e transparência, numa reunião com 14 presidentes de câmara. Tenho as mais diversas testemunhas destes atos – toda a gente que sempre me acompanhou nestas regiões”, acrescentou.
É essa posição, aliás, que João Paulo Rebelo vem defendendo esta semana, mesmo depois de a Iniciativa Liberal ter pedido a sua demissão por lhe apontar recorrentes falhas de ética. Por seu lado, o primeiro-ministro, António Costa, reafirmou a sua confiança no governante.
Quanto à acusação de que terá forçado a condução da cunhada como administradora do Centro de Saúde de Lafões, o secretário de Estado só após insistência respondeu aos jornalistas, dizendo apenas: “Isso é uma mentira”. No que se refere ao Instituto Politécnico de Viseu, foi igualmente breve ao negar envolvimento na escolha do novo vice-presidente: “Isso é feito por eleição”.
João Paulo Rebelo era vereador do PS na Câmara Municipal de Viseu, quando assumiu as funções de secretário de Estado, em 2017, tendo renunciado ao cargo autárquico, na câmara presidida pelo social-democrata Almeida Henriques. O secretário de Estado é o coordenador regional do Centro das ações contra a pandemia, indicado pelo Governo.
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