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Saúde em português nas Filipinas

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 13-12-2013

A organização Saúde em Português, sediada em Coimbra, vai desenvolver dois projetos financiados pela ONU nas áreas da saúde familiar e da violência de género nas Filipinas, país atingido pelo tufão Haiyan, em novembro.

Os dois projetos, aprovados pelas Nações Unidas (ONU), começam a 30 de janeiro e vão ter a duração de seis meses, contando com cerca de 1,6 milhões de dólares (perto de 1,16 milhões de euros), informou Hernâni Caniço, presidente da organização, em Coimbra, durante a apresentação de resultados da missão inicial da Saúde em Português naquele país.

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A organização não-governamental tinha enviado, a 21 de novembro, uma equipa de três elementos para as Filipinas, na altura, com um orçamento para 19 dias de missão.

“Depois de 15 dias a trabalhar nas Filipinas, a Saúde em Português já conta com dois projetos aprovados”, salientou Hernâni Caniço, sublinhando que, das 149 equipas médicas no terreno, a única portuguesa é da organização a que preside.

Durante os primeiros 15 dias no terreno, a equipa portuguesa realizou mais de 480 consultas maternas e de saúde infantil, na região de Visayas Oriental, “sem muitos recursos, nem água”, e com temperaturas elevadas, explicou Ricardo Bordôn, médico responsável pela missão.

Os projetos que irão desenvolver agora serão nessa mesma região, sendo o de saúde familiar o de maior dimensão, com um apoio financeiro da ONU de 1,150 milhões de dólares.

Segundo Ricardo Bordôn, irá ser prestada assistência médica a 11.800 grávidas, com uma equipa de quatro médicos e oito enfermeiros, de modo a garantir que “a catástrofe não interfira com a gravidez” das mulheres filipinas.

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O outro projeto visa criar uma estrutura de apoio psicológico, jurídico e médico a vítimas de violência doméstica e de tráfico humano, situações que “aumentam neste tipo de contextos”, explicou Rita Brito, socióloga também presente na missão inicial da Saúde em Português.

Finalizados os dois projetos de seis meses, que são “apoios de resposta rápida”, a Saúde em Português quer realizar outro projeto apoiado pela ONU, com a duração de dois anos, pretendendo instalar nas Filipinas uma unidade de saúde familiar.

“Há a sensação de trabalho bem feito mas não de missão cumprida”, contou Nuno Monteiro, enfermeiro presente na equipa que trabalhou nas Filipinas, considerando que “há muita coisa para fazer”.

As autoridades das Filipinas elevaram hoje para 6.009 o número de mortos no arquipélago, devido à passagem do tufão Haiyan, que, no dia 08 de novembro, devastou a região centro do país.

De acordo com os dados mais recentes do Conselho Nacional de Gestão e Redução de Risco de Desastres, o tufão causou ainda 27.022 feridos e 1.779 desaparecidos.

Mais de 16 milhões de pessoas foram afetadas pelo tufão em 591 municípios, segundo os dados oficiais, encontrando-se 101.646 alojadas em 383 centros de abrigo.

 

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