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Saúde do Papa Bento XVI “estável” apesar de grave
O estado de saúde de Bento XVI mantém-se estável e hoje o Papa emérito assistiu a uma missa, mas a sua equipa médica considere que a sua situação é grave e irreversível.
De acordo com o jornal francês La Croix, apesar de o Papa emérito estar a viver as suas últimas horas, está consciente, lúcido e assistiu à missa na manhã de hoje, como era o costume antes da sua condição física deteriorar-se nos últimos dias.
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“O Papa emérito está estável e o seu bloqueio renal foi tratado”, divulgou o jornal La Croix, especializado em informação religiosa, citando fontes do mosteiro Mater Ecclesiae.
O jornal ‘La Stampa’ apontou que o quadro clínico do Papa emérito continua a ser gravíssimo e, citando fontes da sua equipa médica, destacou que pouco pode ser feito para travar a lenta deterioração física que se agravou nos últimos dias.
Por enquanto, adiantou, a situação de Bento XVI é estável.
Bento XVI está sempre acompanhado pelo seu secretário pessoal, Georg Ganswein, e quatro leigas, sem nenhum tipo de voto ou hábito, chamadas Memores Domini de Comunhão e Libertação, que o assistem nas suas atividades diárias.
Além disso, uma equipa de saúde liderada pelo seu médico pessoal, Patrizio Polisca, e pelo enfermeiro vaticano, Frei Eligius, encarrega-se de vigiar os seus sinais vitais em todos os momentos.
Ninguém no ambiente do Papa emérito pensaria que o seu estado de saúde pudesse piorar tão rapidamente. Inclusivamente, o arcebispo Gänswein estava na Alemanha quando o Papa Francisco revelou, na quarta-feira, a deterioração progressiva do estado de saúde de Bento XVI.
Como revelaram os jornais alemães ‘Sueddeutsche Zeitung’ e ‘Spiegel’, Ganswëin embarcou no primeiro voo para Roma quando percebeu a seriedade do estado de saúde Bento XVI e para acompanhá-lo nos últimos momentos.
A equipa médica de Bento XVI decidiu não transferir o Papa emérito para o Hospital Policlínico Gemelli, em Roma, um centro de referência para os Papas e onde, por exemplo, Francisco foi internado para uma cirurgia de cólon devido a uma diverticulite grave em julho do ano passado.
Segundo a imprensa alemã, foi o próprio Papa emérito que teria manifestado o desejo de não ser transferido para nenhuma clínica, caso o seu estado de saúde se agravasse. No entanto, esta informação não foi confirmada até agora pelo gabinete de comunicação do Vaticano.
As paróquias de Roma aderiram ao apelo do Papa Francisco para se unirem em oração face à deterioração das condições de saúde de Bento XVI, entre as quais a paróquia de Santa Maria da Consolação de Casal Bertone e a paróquia de Santa Maria Stella dell’Evangelizzazione, no bairro de Torrino, nos arredores de Roma.
Bento XVI, cujo nome original é Joseph Ratzinger, foi Papa entre 2005 e 2013, quando abdicou e passou a ser emérito da diocese de Roma. O antecessor de Francisco foi o primeiro Papa a renunciar em 600 anos, depois de Gregório XII em 1415.
Vive há cerca de 10 anos no mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. Na sua decisão, Bento XVI citou o declínio da sua saúde física e mental, que terá piorado em 2020, devido a uma infeção no rosto.
De acordo com o seu biógrafo, Peter Seewald, que visitou o Papa emérito em agosto de 2020 para lhe entregar a sua biografia, Ratzinger estava racional e mantinha a sua memória, mas a voz já estava praticamente impercetível. O testamento de Bento XVI já está escrito e será tornado público após sua morte, acrescentou.
Ratzinger expressou o desejo de descansar no antigo túmulo do seu antecessor, o Papa João Paulo II, na cripta de São Pedro. João Paulo II está sepultado na Capela de São Sebastião, contígua à que alberga a escultura La Pietà (A Piedade), de Miguel Ângelo.
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