Sara Prata, de 40 anos, recorreu às redes sociais para denunciar uma situação que viveu quando chegou a Lisboa, vinda de uma viagem ao Porto.
A atriz revelou que o condutor do táxi que apanhou começou a fazer-lhe várias perguntas, de cariz pessoal, que ficou a olhar para ela e que, aos poucos, começou a aproximar o braço, ao mesmo tempo que a convidou para um jantar e um copo.
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A artista decidiu contar a história para ajudar qualquer pessoa que tenha passado pelo mesmo. “Comecei a inventar chamadas, para evitar que a conversa continuasse. Mas este homem, olhando para mim de cima abaixo, observava-me e até me perguntava se eu estava com frio, por ir tão tapada (estava de vestido e decidi colocar o meu casaco a tapar as pernas, até porque o braço dele já estava demasiado próximo de mim) e insistia de novo e de novo num jantar ou num copo”, contou. E continuou, realçando que as mulheres vivem num “alerta constante”: “Foram minutos paralisantes. O sentimento de medo, de me sentir exposta, observada e intimidada ainda hoje não foi totalmente embora”.
“Fomos e ainda somos por vezes meras presas, que se veem obrigadas a travar este sentimento que só nós conhecemos”, desabafou. “Esta é a nossa realidade e não temos como aligeirar o cenário, achando ou mesmo acreditando que as coisas estão diferentes. Precisamos de ser respeitadas, precisamos de nos proteger umas às outras. Lamento muito que tenhamos de continuar a passar por isto”, prossegue.
Por fim, referiu um pormenor: “No meio de centenas ou talvez milhares de mensagens de partilha ou de apoio, recebi apenas duas mensagens de homens. Até pode ser coincidência e eu estar a ser injusta, mas não consigo deixar de pensar que enquanto acharmos que isto é apenas um problema das mulheres, continuaremos perdidos como sociedade, e aí nada mudará mesmo”.
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