Região
Sapadores da Figueira da Foz avançam com greve ao trabalho extraordinário
Os Bombeiros Sapadores da Figueira da Foz aprovaram hoje, dia 22 de maio, uma greve ao trabalho extraordinário de 04 de junho a 06 de agosto, cumprindo o pré-aviso emitido em abril pelo Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP).
“Os bombeiros só vão trabalhar 35 horas semanais, de acordo com a Lei, ficando as restantes horas no quartel em prevenção para cumprir com os serviços mínimos”, explicou à agência Lusa o presidente do sindicato, no final do plenário da manhã de hoje.
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Segundo Sérgio Carvalho, esta modalidade de greve permite, “se a Câmara estiver de boa-fé, remunerar o excesso de carga horária aos bombeiros, porque estão a garantir os serviços mínimos”.
O líder sindical salientou que o regime de horários estabelecido no município da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, “é superior às 35 horas e, em muitos casos, é de 48 horas semanais”, mas os bombeiros não são remunerados pelo excesso de horas.
Desde janeiro deste ano que a Câmara da Figueira da Foz não paga o trabalho extraordinário, com base num parecer da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), o que se traduz numa diminuição de 250 euros mensais, em média, na remuneração de cada sapador.
O presidente da SNBP adiantou que vão ser apresentadas queixas judiciais contra com o comandante da corporação, os recursos humanos do município e executivo camarário, “por estarem desde janeiro a nomear os bombeiros para trabalhar numa escala que é anual, num horário superior às 35 horas semanais, quando sabem que não lhes podem pagar”.
A Câmara tem um parecer legal a dizer que não pode pagar para lá das 35 horas semanais “e continua desde janeiro a nomear os bombeiros para trabalhar, sabendo que não lhe vai poder pagar”, disse Sérgio Carvalho, considerando que esta situação “é crime”.
“Estamos a fazer uma greve em que dizemos que fazemos o socorro todo à população, só que a partir da 35.ª hora vamos estar só de prevenção para que desse forma, a Câmara, se quiser, pode pagar aos bombeiros de prevenção as horas extraordinárias”, acrescentou.
Salientando que a Câmara “diz-se muito preocupada, mas não resolve nada”, o presidente do SNBP lamentou que o executivo liderado por Pedro Santana Lopes não tenha tido desde janeiro “uns minutos para reunir” com a estrutura sindical.
Noutras câmaras onde surgiram dúvidas legais, o dirigente sindical disse que foram realizadas reuniões e efetuada uma alteração ao horário de trabalho, para existir enquadramento legal para pagar o trabalho extraordinário, como aconteceu em Coimbra, Porto e Coruche, em que o serviço de prevenção é pago.
“Desde o início do ano, a Câmara da Figueira da Foz já meteu para os cofres do município, com trabalho gratuito [dos bombeiros], mais de 36 mil euros, já que cada bombeiro [são 29] tinha, em média, a receber 250 euros”, frisou Sérgio Carvalho.
A Câmara da Figueira da Foz aguarda pela publicação de um diploma governamental para pagar o trabalho extraordinário dos Bombeiros Sapadores.
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