Educação
Santo Casamenteiro estudou na “nossa” cidade dos estudantes?
Descubra um pouco mais sobre Santo António, certamente, um dos santos mais amados pelos portugueses.
O Santo António é conhecido como o Santo Casamenteiro. Ele foi um verdadeiro cidadão do mundo. Apesar de ter nascido em Lisboa, Santo António não viveu só em Portugal, mas também em França e Itália.
Este homem singular, grande erudito, viveu e estudou na cidade dos estudantes. Muitas pessoas desconhecem esta etapa da vida deste santo que foi uma figura central dos franciscanos. Fique a conhecer um pouco mais sobre Santo António, seguramente, um dos santos mais amados pelos portugueses.
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Ao contrário do que se possa pensar, o seu nome de batismo não foi António. Santo António nasceu em Lisboa, no dia 15 de agosto de 1195, mais precisamente na Rua das Pedras Negras, num local próximo da Sé de Lisboa.
Fernando de Bulhões foi o nome com que ele foi batizado. Ele nasceu no seio de uma família nobre e rica. Portanto, num contexto privilegiado. Santo António foi filho único de Martinho Bulhões e de Tereza Taveira.
Ele foi educado no seio de uma família nobre com o propósito de ser cavaleiro. Contudo, ainda na adolescência pediu autorização para ingressar na Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho.
Por isso, ele tinha 15 anos quando ingressou no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa. Neste espaço, Santo António começou a sua formação religiosa.
Posteriormente, Santo António optou por frequentar o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, espaço onde deu seguimento aos seus estudos. Por aqui, Santo António obtém uma formação filosófica e religiosa sólida.
Na cidade de Coimbra, ele estudou teologia e foi ordenado Sacerdote em 1220, com 25 anos. A sua formação intelectual torna-o num dos eclesiásticos mais cultos da Europa dos inícios do século XIII.
Este mosteiro tornou-se berço dos primeiros estudos medievais no nosso país, que viriam a fortalecer o poder real emergente através da sua ação educativa. Santo António aprofundou os seus estudos teológicos neste mosteiro.
Muito do vasto conhecimento das Sagradas Escrituras que ele apresentou nos seus sermões foi adquirido no interior das paredes deste Mosteiro. O Mosteiro de Santa Cruz é seguramente um dos monumentos de Coimbra mais importantes. Ele encontra-se presente nas margens do Mondego, num cenário de grande beleza.
O Mosteiro de Santa Cruz foi fundado pelos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho no exterior das muralhas que rodeavam a cidade. Este monumento foi fundado em 1131. Por isso, é também um dos monumentos mais antigos.
O primeiro rei de Portugal vinha a este local assistir aos ofícios religiosos quando regressava das batalhas de Reconquista Cristã. D. Afonso Henriques tinha uma ligação especial ao monumento. Por isso, por aqui se encontra o seu túmulo, mas também o de D. Sancho I, seu filho.
O seu apreço pela introspeção e pela simplicidade conduzem este homem religioso até a uma ordem recém-criada. Santo António decidiu, então, ser um elemento da ordem dos Franciscanos.
Desta forma, ele deixou de lado o hábito de Agostinho e o seu nome. Fernando optou por usar o hábito de São Francisco, sendo por isso que recebe o nome de Frei António. Ele adota o nome de António, como forma de homenagear o eremita Santo Antão.
Santo António dedica-se então a pregar as escrituras, que tão bem conhece, especialmente após a sua mudança para Itália.
Santo António começou então a ganhar fama pelas suas pregações sempre bem acolhidas pelo povo, independentemente dos locais por onde passava. Ao longo da sua vida, foi associado a diversos milagres. Sobre ele, diz-se que curou coxos e outros doentes, devolveu a visão a muitos cegos e devolveu a audição aos surdos.
O crescimento da fama de santidade do Frei António aconteceu devido aos feitos prodigiosos atribuídos a esta personalidade religiosa. Santo António ficou conhecido como protetor das coisas perdidas. Ele foi o Santo dos milagres, dos casamentos e dos pobres. Por isso, a sua popularidade cresceu e manteve-se até aos dias de hoje, onde é celebrado.
Santo António também viveu em Itália. Aliás, foi nas vizinhanças de Pádua, cidade italiana, que ele faleceu, mais precisamente no dia 13 de junho de 1231, com apenas 36 anos. Ora, esta ligação a esta povoação faz com que ele seja conhecido também como Santo António de Pádua.
Os Italianos referem Santo António como sendo seu. Os portugueses defendem o Santo António de Lisboa. Contudo, para não haver dúvidas, o Papa Leão XIII (1878 – 1903) acabou com as discussões, referindo que Santo António “É o santo de todo o mundo”.
Este santo foi canonizado a 30 de maio de 1232, o que significa que aconteceu menos de um ano após a própria morte. Desta forma, Santo António foi alvo do processo de canonização mais rápido da história dos santos lusófonos.
O Papa Pio XII proclamou Santo António como “doutor da Igreja” no ano de 1946, atribuindo-lhe o título de ‘Doctor Evangelicus’ (Doutor Evangélico). Uma homenagem justa a uma das figuras mais universais da cultura ocidental dos séculos XII/XIII.
Atualmente, podemos encontrar a Igreja de Santo António no espaço que foi a casa onde Santo António nasceu e viveu a sua infância. Na Cripta deste templo, podemos testemunhar a presença de um pedaço de um dos ossos de Santo António, uma relíquia autenticada por Bula.
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