Economia

Santana Lopes vai procurar financiamento para “ficar” com palácio

Notícias de Coimbra | 1 semana atrás em 06-09-2024

A Câmara da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, suspendeu hoje o processo de alienação do Palácio Conselheiro Branco, datado do final do século XIX, e vai procurar financiamento comunitário para a sua recuperação.

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A alienação do imóvel situado em Maiorca, classificado como de interesse municipal, que já acolheu o posto da GNR local, constava da ordem de trabalhos da sessão de hoje do executivo camarário, depois deste ponto já ter sido adiado desde a última reunião, em julho, após algumas dúvidas levantadas pelo PS.

O valor previsto para a alienação era de 550 mil euros.

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Inicialmente, o presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, justificou a necessidade de alienação do edifício com o elevado investimento de 2,4 milhões de euros que o município teria de efetuar para a sua recuperação, mas hoje, após divulgar imagens do estado de degradação, decidiu suspender o processo, que não chegou a ser votado.

O imóvel, que chegou a ter obras exteriores no último mandato, não concluídas, apresenta um estado de degradação que, só no seu reforço estrutural, seria necessário gastar meio milhão de euros.

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“A única maneira que tenho de chamar a atenção da comunidade para as joias da coroa [municipais] é dizer que vai ser alienado, não estou a dizer que é a fingir, mas se as pessoas não despertarem não sei o que vale a pena”, enfatizou o autarca.

No final, em declarações aos jornalistas, Santana Lopes referiu que o Governo tem muita vontade de executar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que pode abrir janelas que, “de outra maneira, não se abriam”.

“Houve uma reprogramação e, portanto, há novas janelas que se abriram e vamos tentar aceder os fundos europeus, depois de várias pessoas se terem manifestado e acordado para o facto” de que há ali “um palácio com valor cultural, que é património concelhio”, sublinhou.

O projeto de recuperação executado pelos serviços municipais, que incluía o Centro de Promoção do Arroz, previa que a requalificação do imóvel ascendesse a 2,4 milhões de euros, valor considerado muito elevado para os cofres municipais.

“Fazer ali um projeto como deve ser, que não seja ligado ao arroz, não é fácil”, admitiu Santana Lopes, salientando que o município tem estado a reforçar os quadros no setor da cultura, que tem muitos projetos em curso, como a zona envolvente do Mosteiro de Seiça e a recuperação do Paço de Maiorca.

O autarca lamentou que durante décadas os anteriores executivos e a comunidade figueirense não estivessem despertas para o património municipal, com vários edifícios de valor cultural a atingirem níveis elevados de degradação, como o Palácio Conselheiro Branco ou o Paço de Maiorca.

“O tempo é bom conselheiro e este adiamento pode trazer boas ideias e alternativas [à alienação]”, reforçou a vereadora socialista Glória Pinto.

Desde o primeiro agendamento, que o PS manifestou reservas sobre a alienação do Palácio Conselheiro Branco por se tratar de património com valor cultural e um edifício com valor histórico.

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