Região
Santana Lopes contra “secundarização” da região Centro no país
A região Centro é um caso “estranhíssimo de secundarização no país” pela falta de investimentos públicos, disse hoje Santana Lopes, presidente da Câmara da Figueira da Foz, durante a visita do líder do PSD ao município que lidera.
PUBLICIDADE
Durante o encontro com Luís Montenegro na praia da Cova, um dos pontos do concelho litoral do distrito de Coimbra onde a erosão costeira é mais preocupante, Santana Lopes assumiu o papel de ‘cicerone’ do presidente social-democrata, à mistura com alertas sobre o sucessivo adiamento de investimentos estruturais na região.
Um dos alertas incidiu sobre a falta de marinas na região Centro: “Na costa portuguesa toda, não há uma marina como deve ser para acostarem embarcações, de Lisboa lá acima. Porquê? No sul de Espanha temos marinas de cinco em cinco minutos, praticamente, aqui não há e é importante para a economia. Entram pequenos barcos de cruzeiro, iates nem vale a pena, mas o movimento que há hoje em dia em Lisboa e no Algarve, claro, em Matosinhos ou no Porto, não há nesta orla costeira toda”, enfatizou Santana Lopes.
Vários investimentos de intervenção costeira, sucessivamente prometidos e adiados pelo Governo – como o reforço de areia nas praias a sul, o ‘bypass’ (um equipamento mecânico de transferência contínua de inertes) ou o desassoreamento e aprofundamento do canal de navegação do porto comercial, entre outros – levaram o presidente do município a observar que a Figueira da Foz “é mais maltratada do que uma região autónoma”.
Os alertas, entre outros temas, estenderam-se à situação da ponte Edgar Cardoso – a travessia entre as duas margens do Mondego, pela estrada nacional 109 – cujas obras de reabilitação se irão estender por um ano e meio, obrigando ao condicionamento da circulação e ao encerramento noturno a partir de fevereiro.
“O primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas que saiu – o novo é originário daqui e está obrigado a manter o compromisso – mas é a palavra do primeiro-ministro, [que] a obra propriamente dita não começa sem haver a gratuitidade da alternativa pela autoestrada [A17]”, referiu o autarca.
“É bom, nomeadamente o grupo parlamentar [do PSD] estar atento a isso”, pediu Santana Lopes, tendo Luís Montenegro replicado: “Tenho de falar aqui com os nossos deputados sobre estas matérias. Acho que os prazos são essenciais e se andarem sempre a adiar os prazos, a previsibilidade para os investidores e mesmo para a Câmara é um problema”, disse.
Sobre o reencontro com Santana Lopes, Luís Montenegro assumiu que tem com o antigo primeiro-ministro e ex-líder do PSD – hoje autarca por um movimento independente – uma relação pessoal de amizade “já com muitos anos”.
“Foi mais uma oportunidade de nos reencontrarmos e creio que isso vai acontecer mais vezes no futuro”, declarou o líder do PSD.
Questionado pelos jornalistas sobre a eventualidade de Santana Lopes poder vir a recandidatar-se pelo PSD nas eleições autárquicas de 2025 – ele que governa a Figueira da Foz sem maioria absoluta e tem precisamente no PSD, que elegeu um vereador, o ‘fiel da balança’ embora sem o apoio explícito dos sociais-democratas – Luís Montenegro reafirmou: “Creio que nos encontraremos no futuro, é a minha convicção”.
Já Santana Lopes notou que o presidente do PSD “está a cumprir” as anunciadas visitas pelo país e isso “é um bom sinal”.
“Espero que aquilo que ele leva daqui desta realidade da costa portuguesa nesta região e dos problemas da economia da Figueira, o ajudem a preparar para as funções [de primeiro-ministro] a que se candidata. Cada vez que vamos em peregrinação com governantes ou quem aspira a sê-lo, queremos acreditar que passarão das palavras aos atos. Eu conhecendo o Dr. Luís Montenegro como conheço, há uns bons anos, tenho a certeza absoluta, se tiver as responsabilidades a que se candidata, que vai passar das palavras aos atos”, afirmou.
Related Images:
PUBLICIDADE