É verdade. A interligação destes órgãos tem sido alvo de vários estudos e grandes descobertas. A relação entre o intestino e o nosso cérebro é estreita, complexa e bidirecional.
“Esta relação é uma estrada de dois sentidos. Uma doença num pode causar uma doença no outro, isto porque existe uma ligação entre o sistema nervoso central e o microbioma intestinal’ explica Gilberto Couto, coordenador de Gastrenterologia do Hospital Lusíadas Amadora.
Passa mais informação entre o nosso cérebro e o nosso intestino do que em qualquer outro sistema do nosso organismo, chegando a haver mais células nervosas no intestino do que em qualquer outro lugar do corpo, fora do cérebro.
O nosso intestino e a sua flora ajudam a produzir neurotransmissores que enviam sinais entre estes dois órgãos.
Estudos recentes mostram que o microbioma do intestino pode estar envolvido em várias perturbações neurológicas, de funcionamento gastrointestinal e de saúde mental.
As emoções podem tornar a sensação física no nosso intestino parecer mais intensa. As sensações físicas intensas podem levar a um aumento dos níveis de stress e a uma resposta emocional do nosso cérebro.
Quais as funções do corpo geradas por esta relação? Fome e saciedade, preferências gastronómicas e “desejos”, sensibilidade ou intolerâncias, mobilidade do intestino, digestão, metabolismo, humor, comportamento, nível de stress, sensibilidade à dor, função cognitiva e imunidade.
É inegável a importância da serotonina para o cérebro, e sabemos agora que mais de 90% da serotonina presente no nosso organismo, é produzida no intestino.
Se não estava familiarizado com este químico, fique a saber que o mesmo é responsável por “transportar informação entre o cérebro e o resto do corpo, regular o sono, humor e digestão”, lê-se.
A serotonina é considerada vital na regulação do humor e na sensação de bem-estar, tendo igualmente um papel relevante ao nível do sono, bem como noutras funções do organismo, como a motilidade intestinal ou a coagulação do sangue. Encontra-se distribuída em todo o sistema nervoso central, mas também no sistema digestivo e plaquetas sanguíneas.
É produzida através do seu precursor L-triptofano, um aminoácido essencial presente em alimentos como nozes, queijo, carnes vermelhas e salmão.
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