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Rússia recusa entregar corpos de vítimas de queda de avião

Notícias de Coimbra com Lusa | 11 meses atrás em 02-02-2024

 A Rússia recusou repetidos pedidos da Ucrânia para entregar os corpos dos prisioneiros de guerra que alegou terem sido mortos no abate de um avião militar russo por Kiev, disseram os serviços secretos ucranianos.

A denúncia foi feita por um porta-voz dos serviços secretos militares ucranianos, Andrii Yusov, em declarações a uma televisão na quinta-feira à noite, segundo a agência norte-americana AP.

Yusov reafirmou o pedido da Ucrânia para que seja efetuada uma investigação internacional sobre o acidente de 24 de janeiro, para determinar se o avião de carga transportava armas ou passageiros juntamente com a tripulação.

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Os dois países em guerra desde há dois anos trocaram acusações sobre o acidente, com Moscovo a acusar Kiev de matar os seus próprios homens e a Ucrânia a rejeitar as afirmações de Moscovo como “propaganda russa desenfreada”.

Kiev não confirmou nem negou que as suas forças tenham abatido o Il-76, e a afirmação da Rússia de que o acidente matou prisioneiros de guerra ucranianos não pôde ser verificada de forma independente.

As autoridades ucranianas disseram que Moscovo não pediu que um determinado trecho do espaço aéreo fosse mantido em segurança durante um certo período de tempo, como aconteceu em anteriores trocas de prisioneiros.

Algumas avaliações dos serviços secretos ocidentais sugeriram que o avião foi abatido por um míssil da Ucrânia, embora não tenham podido confirmar a presença de prisioneiros de guerra a bordo, segundo a AP.

O porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, disse hoje à agência noticiosa estatal RIA Novosti que o Kremlin (Presidência) não tinha recebido qualquer pedido ucraniano para entregar os corpos.

Questionado sobre se a Rússia estaria disposta a entregá-los, Peskov disse mais tarde aos jornalistas que a investigação oficial estava em curso e que caberia às agências policiais russas considerar o pedido.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse na quarta-feira que a Rússia não só acolherá como insistirá num inquérito internacional sobre a queda do avião, que descreveu como um crime da Ucrânia.

O porta-voz dos serviços secretos ucranianos afirmou que alguns dos prisioneiros de guerra que deveriam fazer parte de uma troca no dia da queda do avião foram trocados na quarta-feira, quando cerca de 200 ucranianos regressaram a casa.

O Comité de Investigação da Rússia, a principal agência estatal de investigação criminal, disse na quinta-feira que concluiu que o avião foi derrubado pelo sistema de defesa aérea norte-americano Patriot fornecido a Kiev pelos aliados ocidentais.

As autoridades russas afirmam que havia 74 pessoas a bordo, incluindo 65 prisioneiros de guerra ucranianos, seis membros da tripulação e três militares russos.

Todos morreram quando o avião embateu no solo e explodiu numa gigantesca bola de fogo na região russa de Belgorod, perto da Ucrânia.

O Comité de Investigação afirmou que os investigadores encontraram mais de 670 fragmentos de corpos e identificaram todas as vítimas do acidente.

A comissão disse que também recuperou 116 fragmentos de dois mísseis que foram disparados de um sistema Patriot perto da aldeia de Lyptsi, na região de Kharkiv, na Ucrânia.

O comité apresentou um vídeo que mostrava alguns fragmentos de mísseis na neve com marcas visíveis que provavam ostensivamente a origem.

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