Rui Rio diz que descentralização pode ser “o maior abanão” de que o país precisa
O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio considerou hoje que a descentralização pode ser “o maior abanão” de que o país precisa, mas adiantou que só estará a favor se houver debate alargado e “não uma coisa a prestações”.
A descentralização “pode ter um grande papel, pode constituir o maior abanão que precisamos. As pessoas precisam de ser abanadas e o regime também”, disse o ex-presidente da Câmara do Porto, que falava em Coimbra, numa conferência sobre o tema, promovida pela candidatura PSD/CDS-PP/MPT/PPM à Câmara.
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No entanto, Rui Rio admitiu que só estará a favor de uma descentralização “se for vantajosa para o país”, defendendo um “debate alargado e ambicioso e não uma coisa a prestações que pode não levar a nada”.
“Era melhor neste momento fazer um debate nacional e caminhar no sentido de encontrar um projeto o mais consensual possível”, sublinhou.
Segundo Rui Rio, a descentralização “não pode ser feita contra o que quer que seja” e não pode “dividir a sociedade”, sendo que o debate tem de estar fora de “lógicas partidárias”.
Para o social democrata, a descentralização, “bem feita”, poderá ter um papel na resposta aos “problemas económico e político” que afetam o país, nomeadamente o excesso de endividamento e “o desgaste do regime democrático”.
“Se me pedirem um investimento importante para a cidade do Porto, consigo facilmente dizer dois ou três, mas sobre Coimbra não sei dizer. Quanto mais próximos do problema, mais se tem capacidade para decidir bem [sobre o investimento]”, referiu Rui Rio, que recordou que há 20 anos foi contra a regionalização, mas que hoje vê “as coisas de uma forma diferente”.
Durante a conferência, Rui Rio frisou que “é inaceitável a forma como o país tem evoluído e tem concentrado tudo mais ou menos no mesmo sítio”, questionando o porquê de o Tribunal Constitucional não estar, por exemplo, em Coimbra ou o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI) em Leiria ou Braga.
Sobre a arquitetura orgânica, o social democrata apontou para a solução de cinco regiões ou de “cinco mais duas”, autonomizando as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.
No entanto, Rui Rio frisou que só estará de acordo com a descentralização para se “gastar menos e fazer mais”.
“Se não, eu estarei contra”, disse.
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