Desporto

Rui Costa admite que “assinava contratos sem os ler”

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 semana atrás em 10-04-2025

No início do julgamento do processo ‘Saco Azul’, Rui Costa, atual presidente do Benfica, fez declarações que chamaram a atenção.

O dirigente reconheceu que, enquanto administrador da SAD do clube, costumava assinar contratos sem os ler na íntegra, dá conta o Correio da Manhã. “Se fosse ler todos os contratos que passam pelo Benfica, não faria mais nada no clube”, disse Rui Costa, respondendo às questões sobre os contratos suspeitos que envolvem a empresa Questão Flexível, acusada de fornecer serviços fictícios à Benfica SAD e Benfica Estádio.

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O caso, que envolve o alegado esquema de prestação fictícia de serviços informáticos, coloca em causa a transferência de 2,2 milhões de euros de ambas as entidades do clube para a Questão Flexível, em troca de consultoria que, segundo a acusação, nunca foi prestada. Os arguidos incluem Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, os ex-administradores Domingos Soares de Oliveira e Miguel Moreira, bem como o proprietário da Questão Flexível, José Bernardes.

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Durante a sessão, Rui Costa também foi questionado sobre o valor pago à Questão Flexível, ao que respondeu que o montante não seria “nada extraordinário”, dependendo da natureza dos serviços prestados. O presidente do Benfica ainda comentou que, na sua visão, não era necessário discutir todos os contratos na administração, pois confia plenamente na sua equipa de trabalho.

José Bernardes, o proprietário da empresa envolvida, também foi ouvido na tarde de quarta-feira, e, em declarações feitas durante a fase de instrução, afirmou não se rever nas comparações que o colocam como o “Ronaldo” dos sistemas informáticos, apesar de ainda manter alguns clientes após 20 anos de atividade.

Luís Filipe Vieira, por sua vez, não quebrou o silêncio e, à chegada ao tribunal, expressou confiança de que “não se vai provar nada”. O ex-presidente do Benfica garantiu que não houve qualquer tipo de ilícito ou envolvimento em um esquema de corrupção, negando a existência do famoso ‘saco azul’ alegado pela acusação.

Ainda que tenha sido levantada a possibilidade de corrupção desportiva devido à ligação de José Bernardes com o ex-árbitro Bruno Paixão, tais suspeitas nunca foram confirmadas pela investigação. O julgamento continua, com a próxima sessão já marcada para a audição de Luís Filipe Vieira.

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