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Precários do hospital Rovisco Pais protestaram pela falta de vínculo
Cerca de meia centena de trabalhadores precários do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro (Rovisco Pais) manifestaram-se hoje pela regularização dos seus vínculos, no primeiro dos dois dias de greve que estão a cumprir.
O protesto, à porta das instalações do hospital, levou ao corte momentâneo da estrada nacional 109 quando os manifestantes atravessaram a via e nela permaneceram alguns minutos, mas a circulação foi rapidamente restabelecida, ainda antes da chegada da GNR, que deslocou dois agentes ao local.
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Daniela Silva, representante dos grevistas, lembrou que os precários na instituição “são mais de 80” e um deles presta serviço a recibos verdes há 15 anos “sem quaisquer direitos”.
Frisou que os requerimentos dos precários do Rovisco Pais foram avaliados pela CAB [Comissão de Avaliação Bipartida] da Saúde “há sete meses” e que os processos foram aceites e homologados, mas a situação mantém-se, sem que os concursos para integração dos trabalhadores tenham sido abertos.
“Estaríamos agora só à espera de autorização do Ministério das Finanças, segundo o presidente do conselho de administração [do Rovisco Pais] é a única coisa que falta para avançar [com os concursos].
“Faço um pedido ao ministro das Finanças que nos dê uma resposta, para que a gente perceba se é realmente essa a causa. Porque, segundo o sindicato da Função Pública, a única coisa que falta é a assinatura do nosso presidente do conselho de administração”, afirmou Daniela Silva.
Já José Dias, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro, disse que a estrutura sindical não tem “a certeza” se o atraso é da responsabilidade da administração hospitalar ou do Ministério das Finanças mas exigiu a regularização da situação.
O sindicalista esclareceu que dos 85 pedidos de precários do Rovisco Pais que foram dirigidos à CAB da Saúde, 81 foram considerados, tendo três entrado fora do prazo e um já tinha vínculo definitivo.
Presente no protesto, o eurodeputado eleito pelo PCP, Miguel Viegas, considerou o caso do Rovisco Pais “um problema premente”, lembrando que o PCP entregou na Assembleia da República uma pergunta parlamentar que “visa pressionar o Governo” a resolver a situação dos precários da unidade hospitalar, tendo constatado que o processo está a avançar “muito lentamente”.
“Isto é totalmente inaceitável, nós vivemos de coisas concretas e este é um caso concreto que demonstra a falta de soluções e a necessidade de se avançar de forma mais célere”, disse Miguel Viegas.
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