Economia
Rodoviária Tejo reclama dívidas do Estado para manter sustentabilidade
“É fundamental que as entidades públicas procedam, de imediato, ao pagamento das suas dívidas, que ascendem aos dois milhões de euros”, refere o grupo numa carta aberta, considerando essencial “que a parte pública (…) efetive mecanismos que garantam a sustentabilidade destas empresas, de forma a permitir a disponibilização dos serviços essenciais”.
O grupo, que integra as empresas Rodoviária do Tejo, Rodoviária do Lis e Rodoviária do Oeste, refere que todas as medidas tomadas em prol da saúde pública no âmbito da pandemia de covid-19, “induziram enormes impactos diretos na redução das receitas provenientes da venda de serviços de transporte, agravando o défice de exploração dos serviços de transporte”.
Na carta aberta, o grupo considera urgente “reconhecer que o estado de inatividade dos recursos afetos às Obrigações de Serviço Público implica custos muito elevados (…) o que atualmente ‘per si’ compromete a sustentabilidade das empresas que operam serviços de transporte público”.
Lembrando que “o serviço desempenhado por estas empresas e pelos seus trabalhadores é necessário e fundamental à restauração da economia do país”, a Rodoviária do Tejo reitera a necessidade de ser assegurada a sustentabilidade das empresas “bem como a manutenção de todos os postos de trabalho afetados”.
“Para tal, é fundamental que a totalidade das verbas já orçamentadas e previstas para o transporte público sejam efetivamente canalizadas para o mesmo, evitando despedimentos massivos e o encerramento de atividade do tecido empresarial deste setor”, alerta.
O grupo Rodoviária do Tejo defende também a necessidade de fazer “uso das quantias referentes às verbas de transporte escolar previstas e cabimentadas” nos orçamentos dos municípios.
No entender do grupo, deve proceder-se à alocação das verbas “aos respetivos operadores, independentemente de estar ou não suspenso o transporte escolar, o que permitirá minimizar de forma significativa a enorme desproporcionalidade dos impactos negativos desta crise”.
“Sem a concretização desta alocação de verbas não só fica fortemente comprometida a realização de qualquer serviço de transporte público como compromete também, decisivamente, o futuro das empresas e dos seus postos de trabalho”, conclui o documento.
A Rodoviária do Tejo considera positivo o Decreto-Lei 14-C/2020, que define a atribuição de financiamento e compensações aos operadores de transportes essenciais no âmbito da pandemia, mas alerta para o facto de os montantes disponibilizados “corresponderem somente a cerca de 12% da receita regular das carreiras, o que é claramente insuficiente e incompatível com o garantir da sustentabilidade das empresas operadoras”.
Assim, o grupo constata “a continuidade da inexistência de medidas suficientes e adequadas de apoio ao setor” e não efetivação “das medidas decretadas”.
“De facto, além do mecanismo do ‘lay off’ não foi disponibilizado nenhum apoio específico ao setor, apesar de insistentemente se afirmar e valorizar ser este um setor estratégico e essencial aos interesses de toda a população”, refere a carta.
O Grupo Rodoviária do Tejo desenvolve a sua atividade nas empresas Rodoviária do Tejo (com atuação na região de Santarém e Torres Novas, Rodoviária do Lis (com atuação na região de Leiria) e Rodoviária do Oeste (com atuação na região Oeste e sede em Caldas da Rainha), contando com 750 trabalhadores e uma frota de 580 viaturas.
A Rodoviária Tejo assegura que durante a pandemia tem “implementado todos os procedimentos e medidas decretadas pela Direção-Geral da Saúde” e estado sempre disponível para promover “redes de serviços de transporte essenciais, assegurando a mobilidade a hospitais, bombeiros, serviços públicos essenciais, correios, zonas industriais e comerciais, entre outros”.
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