Opinião

RITA PROENÇA: A Mão é um órgão dominante no ser humano

OPINIAO | 11 anos atrás em 17-03-2014

Dra. Rita Proença

A Mão é um órgão dominante no ser humano, traduz a sua capacidade de executar tarefas finas, que só ao Homem são possíveis. É um complexo intrincado de ossos, tendões, músculos, nervos… que se articulam em conjunto para produzir movimento! Qualquer parte desta complexa estrutura pode ser atingida por doença, que limitará em última análise esta função de movimento.

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Uma das doenças mais frequentes na mão é o Síndroma do Túnel Cárpico, uma condição clínica que consiste na compressão de um dos principais nervos da mão – o Nervo Mediano. Este nervo, juntamente com os nove tendões que permitem os movimentos dos dedos da mão, passa através de um túnel situado na face palmar da base do punho – o túnel cárpico.

O Síndroma do Túnel Cárpico é extremamente comum, ocorrendo em cerca de 1% da população em geral, e é mais frequente nas mulheres, com maior incidência entre os 40-50 anos. A compressão do nervo afeta a condução nervosa, produzindo sintomas como adormecimento e formigueiros na mão, dor na mão ou nos dedos, sensação de queimadura e diminuição da sensibilidade, em particular no polegar, indicador e dedo médio. Os sintomas podem irradiar para o cotovelo e para o ombro, e tipicamente agravam durante a noite, sobretudo após o uso intensivo das mãos durante o dia. Gestos finos diários com as mãos, como descascar frutas e legumes, segurar um objeto com força ou apertar o volante, podem provocar sensações de choque e tornarem-se difíceis.

Apesar de incomodativa, esta patologia tem tratamento, e não deve ser ignorada, pois o atingimento nervoso tende a agravar com o passar do tempo e evoluir da doença.

O tratamento inicial passa pela toma de medicação anti-inflamatória e mais recentemente suplementos alimentares específicos para a lesão nervosa. A postura deve ser modificada durante o dia, evitando períodos prolongados de flexão dos punhos. Durante a noite podem ser usadas talas que mantêm o punho e mão em ligeira extensão durante o sono, deste modo ajudando a descomprimir o nervo mediano e aliviar a inflamação.

Exercícios de alongamento dos tendões flexores dos dedos e do punho sob orientação de um profissional de fisiatria podem também ser benéficos.

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Se estas medidas não forem eficazes, está indicado o tratamento cirúrgico. Atualmente a cirurgia de descompressão do nervo mediano é feita em ambulatório, com incisões inferiores a 2 cm e uma rápida recuperação, em regra com retorno à vida normal em 1 a 2 semanas.

RITA PROENÇA

Ortopedista, membro da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia

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