Desporto
Ricardo Morgado quer que José Eduardo Simões peça desculpa e pague o que o OAF deve à AAC
Ricardo Morgado afirmou esta tarde que a Associação Académica de Coimbra pode cortar relações com a Associação Académica de Coimbra-Organismo Autónomo de Futebol, tudo por causa da postura de José Eduardo Simões. O extremar de posições da DG da AAC surge na sequência de questões relacionadas com o Futsal.
Morgado foi bem Claro. JES tem de pedir desculpa, assinar o que está acordado em relação ao Futsal e pagar os valores que o OAF deve à AAC, relacionados com a exploração do Bingo. Se Simões não cumprir, o corte de relações entre a “mãe” (AAC) e o “filho” (AAC-OAF) pode ser uma realidade a curto prazo.
O presidente da Direcção Geral fala mesmo em afronta à AAC. Confessa que está triste com o comportamento de José Eduardo Simões. Reafirma que só aceitou tomar conta do Futsal porque o Condenado lhe pediu, que lhe disse que se a AAC não aceitasse, cedia os direitos a outro clube.
Recorda que foi acordada a criação de um Organismo Autónomo de Futsal e que essa posição era do conhecimento do OAF. Morgado está espantando com a declaração de Simões, na última Assembleia Geral da AAC/OAF, que disse que só na última semana é soube da criação da entidade independente para o Futsal.
“Esta situação já tinha sido por nós relatada em plena assembleia-geral de julho. E ainda mais espantados ficámos quando referiu que tinha sido a direção-geral da AAC a pedir para ficar com a modalidade”, enfatizou.
Nós fizemos o trabalho de casa, está na hora do OAF fazer o seu, diz Morgado, que acrescenta que o “arrastar de toda a situação prejudica a casa mãe.
O líder da AAC diz que está foi a gota de água que fez transbordar o copo de uma relação que não tem encontrado na direcção do OAF ecos de boa fé. Ressalva que esta não é uma posição contra a AAC-OAF, muito menos contra aos seus sócios, mas sim contra a direcção de José Eduardo Simões, que, segundo a DG tem desrespeitado a AAC. Um dos últimos casos é a criação pela AAC/OAF da equipa futebol de de sub-23, em concorrência com a AAC.
Assim, a direcção geral da AAC decidiu, por unanimidade, tomar “uma posição de força”, exigindo que JES se retrate, repondo a verdade em toda esta polémica do Futsal. Os estudantes querem também debater a estratégia das duas entidades para futebol, e desejando ver, de uma vez por todas, regularizadas as situações de dividas do Bingo à AAC. Simões não presta contas desde 2008. Ricardo Morgado não quis avançar com números, mas, em declarações aos jornalistasadmitiu que “são dezenas de milhares de euros”
Por fim, “mas mais importante”, exige uma real mudança de postura de Simões. Se nada mudar, Morgado diz que a AAC corta relações com a a AAC/OAF.
A Académica é só uma, é verdade, salienta Ricardo Morgado, que exige esforço, lealdade, compromisso e respeito por parte do condenado por crimes de corrupção. “Hoje não sentimos nenhuma destas coisas com a direcção do OAF”, lamanta.
Ricardo Morgado concluiu a leitura da tomada de posição da AAC afirmando “que toma esta posição porque “estamos todos a perder.. todos os que gostam e sentem a Académica” e aproveitou para agradecer a Filipe Januário, João Almeida e à Mancha Negra por estarem a trabalhar pelo desenvolvimento do Futsal no seio da nova pró-secção da AAC.
Recordamos que cedência dos direitos desportivos da Académica OAF à “casa mãe” foi ratificada segunda-feira em assembleia geral, depois de muita controvérsia entre os sócios e a direção liderada por José Eduardo Simões, que em junho cedeu os direitos à AAC sem consultar os sócios, o que pode configurar uma liegalidade com consequências disciplinares e desportivos, podendo mesmo colocar em causa a actividade da equipa que disputa o campeonato nacional.
Após várias horas de debate, os sócios aprovaram a ratificação da cedência dos direitos desportivos até final da época 2013/2014 e a realização de uma Assembleia-geral extraordinária para decidir o eventual regresso da modalidade ao OAF.
Desde o início da época desportiva que o Futsal da Académica é gerido por uma pró-secção da AAC, que aprovou a constituição de um organismo autónomo para a modalidade até ao final do ano, de forma a garantir a sua atividade dentro da “casa mãe”, apesar de continuar a não saber se no final do ano a modalidade fica na Padre António Vieira ou regressa à Infanta D. Maria.
Quer ler o comunicado lido por Ricardo Morgado?
COMUNICADO
As razões que nos trazem hoje aqui entristecem-nos. Contudo, no seguimento de uma série de eventos que têm ocorrido, esta tornou-se na única resposta possível aquilo que sentimos como uma afronta ao respeito pela instituição da Associação Académica de Coimbra (AAC).
No passado mês de Junho, a Direção da AAC/Organismo Autónomo de Futebol (OAF) entregou os direitos desportivos da sua equipa de Futsal à Direção Geral da AAC (DG/AAC). Tal aconteceu pela decisão do Presidente do OAF de terminar com o Futsal dentro da sua estrutura.
Confrontada com esta situação, a AAC encetou a partir de junho uma alargada discussão interna no sentido de assegurar a continuidade da modalidade. Esta era uma decisão extremamente difícil, pelo risco que acarretava num cenário de dificuldades que a casa vive. Contudo, o amor pela Académica falou mais alto e, apesar de todas as adversidades, decidimos assumir nós aquilo que os outros não quiseram.
Esta não foi uma decisão tomada nem de ânimo leve, nem apenas pela DG/AAC. Antes de esta aceitar os Direitos Desportivos, foi aprovado em todos os órgãos competentes “a solução possível” para a continuidade do Futsal na Académica. Assim, foi aprovado em todos os órgãos a criação de um organismo autónomo de futsal num prazo de 3 a 6 meses, sendo antecedido de uma pró-secção de Futsal sob a alçada da DG/AAC, por ser impraticável a criação do dito organismo em tempo útil. Todo este processo foi informado à Direção do OAF. Mais, este processo foi descrito exatamente desta forma na Assembleia Geral do Passado mês de julho.
Fizemo-lo única e exclusivamente no sentido de manter tão importante modalidade sob a égide da Associação Académica de Coimbra. Era isto que estava em causa: Deixar, ou não de haver Futsal na Académica, deixar ou não de haver Futsal ao mais alto nível em Coimbra.
Recorde-se que tudo começou quando, no final da temporada passada, a Direção do OAF comunicou à DG/AAC a sua decisão de extinguir o futsal da sua estrutura. Fê-lo, argumentando ser uma opção estratégica de acabar com um dos “sorvedores” de dinheiro da AAC/OAF, propondo assim à DG/AAC a passagem dos direitos desportivos. Mais se acrescenta que o mesmo terá dito que, no caso de a AAC não o aceitar, que a AAC/OAF entregaria os direitos a outra instituição.
A AAC não pediu nunca ao OAF para lhe ser cedido o futsal. Aceitou os direitos desportivos com um simples objetivo: tornar possível a continuidade de uma modalidade que tem crescido e que é hoje a 2ª mais praticada a nível nacional e que diz muito a Coimbra, que diz muito à Académica.
Não poderíamos estar então mais espantados quando, segunda-feira, a Direção do OAF através do seu Presidente, declarou que apenas tinha conhecimento da criação do AO Futsal na última semana, até porque esta situação tinha sido por nós relatada em plena Assembleia Geral no passado mês de julho. E ainda mais espantados ficámos quando este referiu que tinha sido a Direção Geral da AAC a pedir para ficar com a modalidade.
Como cereja no topo do bolo, a DOAF decidiu não levar a votação uma questão que sabia ser de crucial importância para a vida da AAC.
Em boa verdade, não só foi posta em causa a verdade das palavras da DG/AAC como ainda a DOAF desvalorizou completamente a importância desta simples decisão para a AAC. Uma atitude lamentável, sem qualquer travo do mínimo academismo.
Tanto na AG de julho como da passada segunda-feira, dissemos à DOAF e aos seus sócios que estaríamos dispostos em ceder de volta, sem impedimentos, os direitos do Futsal à AAC/OAF. Fizemo-lo por sabermos que esta decisão é em primeiro lugar dos sócios do OAF.
Após meses de discussão, a DOAF continua a manifestar-se alheia às dificuldades da casa mãe e aceita não colocar à votação uma questão que sabe poder prejudicar a instituição.
Nós fizemos o nosso trabalho de casa. É altura de a DOAF fazer o seu.
Hoje o que está em causa é a criação de um Organismo Autónomo de Futsal que poderá – ou não – depois ser extinto se daqui a uns tempos o OAF disser que afinal quer o Futsal de volta. Isto porque teima em arrastar uma decisão que é dos seus sócios.
A Académica, em todas as estruturas, é primeiro dos seus sócios, é a eles que cabe decidir. Mal ou bem, interessa-nos perceber qual é a vontade dos sócios da AAC/OAF em tempo útil, uma vez que o arrastar desta situação prejudica largamente a casa-mãe e o trabalho daqueles que a troco de nada se ofereceram para salvar o Futsal da AAC.
A DG/AAC teve sempre uma postura cooperante, de diálogo e de aproximação de duas estruturas que há muitos anos se vêm afastando. Contudo, esta foi a gota de água que fez transbordar o copo numa relação que não tem encontrado na DOAF ecos de boa-fé.
Ressalve-se que esta não é uma posição contra a AAC/OAF nem contra os seus sócios. É sim uma posição que diz respeito a uma direção que, consideramos, tem continuamente desrespeitado a Associação Académica de Coimbra em várias situações. Basta ver a criação de escalão AAC/OAF Sub-23 sem qualquer diálogo com a AAC. Soubemo-lo pelos jornais. Nesta questão não fomos tidos em conta e a verdade é que hoje entre AAC e OAF temos duas formações de escalões sem o mínimo de coordenação, duas equipas nos escalões distritais, o futebol profissional e agora o possível organismo autónomo de Futsal.
Dado o consumar destas e de outras situações, a DG/AAC decidiu por unanimidade tomar uma posição de força e exigir uma clara tomada de posição da DOAF no sentido de:
– se retratar repondo a verdade dos factos relativos à questão do Futsal, explicando se os transferiu para a DG/AAC sabendo ou não que era competência dos seus sócios. A ser verdade, não só é uma atitude lamentável para com os sócios como perante a AAC, quase em jeito de presente envenenado;
– imediata assinatura do protocolo de cedência do espaço do Pavilhão Jorge Anjinho para o Futsal, enquanto esta modalidade estiver no seio da AAC ou no Organismo Autónomo de Futsal;
– abertura para discussão de toda a estratégia do futebol no seio da AAC/OAF e AAC;
– regularização das dívidas do Bingo.
E por fim, mas mais importante, uma real mudança de postura no sentido de uma verdadeira aproximação entre as duas instituições.
Se tal não acontecer, se nada mudar, a DG/AAC ver-se-á obrigada a cortar em definitivo as relações com a Direção da AAC/OAF.
Somos jovens, herdeiros em dirigir uma casa que há mais de 125 anos é, em primeiro lugar, dos estudantes. Uma casa que diz tudo a Coimbra, uma casa onde a AAC/OAF terá sempre lugar.
Académica há só uma. É verdade. Mas para que tal aconteça e se traduza em realidade é preciso esforço, lealdade, compromisso e respeito. Hoje não sentimos nenhuma destas coisas com a DOAF. Hoje sentimos apenas que o OAF quer seguir o seu caminho, sozinho e isolado.
Tomamos esta posição na esperança de ver mudada a atual situação, na esperança que a AAC e AAC/OAF possam comungar os mesmos valores e objetivos comuns.
Não será nunca da nossa parte que não encontrarão esta vontade.
Tomamos esta posição porque estamos todos a perder: o Futsal, o Futebol, os estudantes, a AAC e o OAF, todos aqueles que gostam e se revêm na ACADÉMICA.
Por fim não poderíamos deixar de agradecer a todos aqueles que têm ajudado a manter o Futsal, em especial ao grupo liderado pelo João Almeida e Filipe Januário e à Mancha negra.
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