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GUTERRES
António Guterres preenche todos os predicados para poder ser o futuro Presidente da República. É honesto e sério. Deixou marcas importantes (sobretudo no domínio social) durante a sua governação. É dialogante. Tem enorme dimensão internacional. Enfim, um ótimo candidato à esquerda – o melhor, mesmo! – sobretudo quando se sabe que à direita os perfis são bem diversos do seu. Um contraste saudável para a discussão democrática.PUBLICIDADE
Depois de Cavaco a Presidência terá de readquirir uma outra relevância na vida política do país e (sem ferir a Constituição) um outro estilo na relação com a sociedade. Temos sentido nos últimos anos os efeitos (obviamente, negativos) de um Presidente letárgico, atávico e não admirado por cidadãos e classe política. A prova disso é que se não tivéssemos tido Presidente nos últimos anos com certeza ninguém sentiria a ausência.
Evidentemente que as candidaturas presidenciais são, por natureza, uninominais . Não estão na dependência dos partidos políticos. A prova disso é que no passado já houve candidatos da mesma “família partidária”. Porém, também não é menos verdade que os diretórios partidários se envolvem diretamente na escolha dos potenciais candidatos e na organização das respetivas campanhas.
Por isso, é normal que António Costa defenda, hoje, o nome de Guterres como o melhor candidato da esquerda. Estranho, pois, que AJSeguro não tenha aproveitado para reforçar a mesma mensagem, demonstrando ao país que, pelo menos nisso, existe uma sintonia entre os candidatos e, mais do que isso, esse é o desejo da esmagadora maioria dos socialistas.
RICARDO CASTANHEIRA
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