Economia
Resultados negativos no transporte de passageiros acentuaram-se até março
O agravamento da crise pandémica acentuou no primeiro trimestre a redução homóloga de passageiros nos vários meios de transporte, destacando-se a quebra de 84,4% no movimento nos aeroportos, para 1,5 milhões de pessoas, divulgou hoje o INE.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre janeiro e março deste ano – período em que “foram intensificadas as medidas de combate à pandemia covid-19, com suspensão das atividades letivas em regime presencial e o dever de recolhimento domiciliário”- os aeroportos nacionais movimentaram 1,5 milhões de passageiros, o que correspondeu a uma variação de -84,4% e compara com os -76,6% do último trimestre de 2020.
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No aeroporto de Lisboa, a quebra de passageiros foi de 86,3% (-79,8% e -76,9% no quarto e terceiro trimestres de 2020, respetivamente), para 742,2 mil passageiros, enquanto no do Porto o recuo foi de 83,8% (-75,4% e – 64,2% no quarto e terceiro trimestres de 2020), para 357 mil passageiros.
No aeroporto de Faro registou-se um movimento de 55 mil passageiros (3,7% do total), que correspondeu a uma redução de 92,8% (-76,1% no quarto trimestre e -70,1% no terceiro trimestre).
O peso do movimento internacional ascendeu a 81,9% em Faro, 81,0% em Lisboa e 79,5% no Porto.
Segundo nota o INE, analisando o número de aeronaves aterradas e o número de passageiros desembarcados diariamente e comparando com um ano antes, “verifica-se que, na parte final de março de 2021, os níveis destas variáveis eram superiores aos observados no mesmo período de março de 2020, quando se iniciaram as restrições à mobilidade no espaço aéreo devido à pandemia”.
Até março, também no transporte de passageiros por comboio e por metropolitano se acentuaram os decréscimos registados anteriormente (-51,4% e -65,6% face a -42,3% e -54,7% no quarto trimestre de 2020), com totais respetivos de 18,9 e de 20,3 milhões de passageiros movimentados.
O metropolitano de Lisboa apresentou o decréscimo mais acentuado (-70,8%), enquanto o Metro do Porto movimentou menos 56,6% de passageiros e o metro Sul do Tejo registou a menor redução (-47,0%).
Já o transporte de passageiros por via fluvial sofreu uma redução de 58,8%, agravando a quebra face aos -48,4% do trimestre anterior e atingindo 1,8 milhões de passageiros.
Em sentido inverso, o transporte de mercadorias por via aérea e ferroviária registou até março decréscimos menos acentuados face ao trimestre anterior: -21,7% no transporte aéreo (-26,1% no quarto trimestre de 2020) e -2,4% no transporte por ferrovia (-3,3% no trimestre anterior).
Já por via marítima houve um decréscimo mais acentuado (-3,6%; -2,4% no quarto trimestre de 2020), enquanto por rodovia se registou um aumento (+8,3%; -11,8% no último trimestre de 2020).
O INE reporta que, de janeiro a março, entraram nos portos nacionais 2.763 embarcações de comércio, o que correspondeu a um decréscimo de 11,9% (-11,8% no quarto trimestre de 2020), tendo a sua dimensão diminuído 27,0% (-32,9% no último trimestre de 2020), atingindo 41,4 milhões de GT (arqueação bruta).
O movimento de mercadorias nos portos (20,7 milhões de toneladas) diminuiu 3,6% no 1.º trimestre do ano, após a redução de 2,4% no trimestre anterior.
O movimento no porto de Sines aumentou 9,4% (+10,0% no quarto trimestre de 2020), enquanto o porto de Leixões, com uma redução de 30,3% nas mercadorias movimentadas, “manteve a tendência negativa observada desde o segundo trimestre de 2020, em grande parte associada à paragem para encerramento da refinaria de Matosinhos”.
Quanto ao porto de Lisboa, registou um aumento de 5,3% nas mercadorias movimentadas no primeiro trimestre, após as reduções dos três trimestres anteriores, tendo o porto de Aveiro também apresentado uma subida de 9,4% depois dos decréscimos nos segundo, terceiro e quatro trimestres de 2020.
No que se refere ao movimento de carga e correio nos aeroportos nacionais, ascendeu a 38,5 mil toneladas (-21,7%, -26,1% no quarto trimestre e -39,0% no terceiro trimestre de 2020).
No primeiro trimestre de 2021, o transporte de gás por gasoduto registou decréscimos face ao período homólogo, quer na entrada (-6,4%; -3,0% no quarto trimestre de 2020), quer na saída (-6,5%; -3,0% no quarto trimestre de 2020) e o transporte por oleoduto diminuiu 43,9% (-32,4% no último trimestre de 2020).
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