Coimbra

Repúblicas de Coimbra rejeitam ser tratadas pela universidade como parque temático

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 04-06-2019

Repúblicas de Coimbra rejeitam ser tratadas pela universidade como parque temático

 

 

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Coimbra, 04 mai 2019 (Lusa) – O Conselho das Repúblicas de Coimbra manifestou hoje desagrado pelo “estado precário” da ligação à Universidade de Coimbra, sublinhando que estas casas de alojamento social estudantil não aceitam ser tratadas como um parque temático para turistas.

Em nome de 25 Repúblicas coimbrãs, o Conselho acusa as “instituições públicas e governamentais de desinteresse e falta de apoios”, contestando “a progressiva deterioração dos serviços prestados pelos órgãos administrativos da universidade”, em especial os Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC).

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“As Repúblicas são reconhecidas inúmeras vezes pela academia e pelo município como importantes órgãos de dinamização cultural, social e histórica, inclusive consideradas como património da Unesco por iniciativa da universidade, mas sem qualquer proteção neste sentido e viabilizando apenas o aproveitamento turístico da nossa cultura estudantil”, denuncia o Conselho, em comunicado.

O órgão máximo das Repúblicas coimbrãs sublinha que estas casas de alojamento social estudantil têm travado “lutas constantes” para sobreviver nos moldes de casas comunitárias de portas abertas.

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“No último ano vimos duas casas serem forçadas a encerrar a sua dinâmica comunitária e estudantil. A situação atual indica que, desafortunadamente, o número tende a crescer nos próximos tempos”, refere o Conselho.

Os estudantes criticam “a desorganização da universidade e o seu “descaso pelos problemas que as Repúblicas enfrentam”. Garantem ainda que a resolução dos problemas tem sido sempre adiada, o que, na sua opinião, “só demonstra a falta de interesse em manter as Repúblicas no seu espírito de comunidade estudantil, autogestão e núcleo de grande crescimento e aprendizagem”.

O Conselho acusa a universidade de pouco fazer para inverter a situação: “Toda essa omissão por parte da universidade parece indicar que a mesma tem apenas interesse em manter-nos, bem como aos demais espaços de estudantes e até aos habitantes da alta de Coimbra, como parte de um parque temático para turistas, no qual a cidade se está a tornar, visto que o reconhecimento das casas como componente da matriz identitária da universidade não se reflete num suporte efetivo”.

Os estudantes exigem “uma mudança de atitude” e “uma tomada de ação de melhoria” dos serviços que estão protocolados a favor das Repúblicas de Coimbra.

“Exigimos um posicionamento público e vias efetivas para a resolução dos problemas e o combate às ameaças que comprometem a continuidade da nossa existência enquanto coletivos políticos e culturais”, concluem.

O Conselho das Repúblicas é o órgão representativo das 25 Repúblicas de Coimbra, entidades tradicionais de Coimbra, sem fins lucrativos, destinadas a albergar alunos do ensino superior e que se responsabilizam pela gestão de cada unidade.

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