Coimbra
Reitor da Universidade de Coimbra denuncia “situações inaceitáveis” na praxe académica
Realizou-se na manhã desta quarta-feira, 2 de outubro, na Sala Grande dos Atos (Sala dos Capelos), a cerimónia de Abertura Solene das Aulas do ano letivo 2024/25 na Universidade de Coimbra (UC).
O reitor da instituição aproveitou o seu discurso para sublinhar que o “formato de acolhimento e integração” vivenciado na UC “é único no país”, alertando para o tema da praxe.
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“Chegaram-me relatos, por fontes oficiais, que configuram situações inaceitáveis. É certo que não aconteceu dentro das instalações da Universidade de Coimbra, coisa que eu não permitiria que sucedesse e levaria a processo de inquérito e eventual processo disciplinar”, frisou Amílcar Falcão, acrescentando que “aconteceu em espaço público, envolvendo membros da comunidade UC e, portanto, mancham a imagem e os valores pelos quais pautamos a nossa vida pessoal e coletiva”.
O reitor acrescentou que “se não houver a capacidade de praxar sem que isso signifique atropelos aos mais básicos direitos humanos e valores humanísticos, então não se admirem que um dia esses comportamentos desviantes acabem com a praxe, pagando o justo pelo pecador”.
“Enquanto estudante desta vetusta instituição, praxei e fui praxado. Foi um ato voluntário e que encarei com toda a naturalidade. No entanto, nem quando praxei, nem quando fui praxado, houve excessos que não seriam admissíveis”, disse, avançando que “situações de humilhação são em si mesmas atos de abuso moral inaceitável”.
Na sua intervenção o presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, também, abordou o tema da praxe, que é “parte integrante das tradições académicas que fazem desta Universidade um espaço único, desempenha um papel importante na integração dos novos estudantes”.
Renato Daniel aproveitou para referir “o seu caráter voluntário, regido por um código que defende a dignidade e o respeito por todos os que a praticam”.
O líder estudantil fez questão de sublinhar que “a praxe de Coimbra é, acima de tudo, um fenómeno de inclusão e partilha”.
O Presidente da AAC abordou, ainda, os principais desafios do Ensino Superior em Portugal, em particular, o Descongelamento da Propina, onde apelou ao atual governo que não descongelasse a propina.
A tradicional Oração de Sapiência ficou a cargo de Lígia Salgueiro, Professora Catedrática da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.
De referir que esta noite, pelas 21:30, decorre o tradicional Concerto de Abertura do Ano Letivo, pela Orquestra Académica da Universidade de Coimbra. Sob o título “Renascimentos”, o espetáculo leva ao palco do Teatro Académica Gil Vicente um repertório sinfónico que reflete a renovação e o ressurgimento que se repetem a cada novo ano ou a cada nova geração.
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