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Redação do Diário de Notícias repudia “despedimento coletivo” e promete “novas formas de luta”

Notícias de Coimbra | 9 meses atrás em 12-03-2024

A redação do Diário de Notícias repudiou hoje “veementemente” mais um anúncio de despedimento coletivo na Global Media Group (GMG) e promete avançar com novas formas e luta se administração não reconsiderar a decisão.

Num comunicado emitido esta noite, a redação do jornal salienta que “em nome da sobrevivência do DN e do bom jornalismo”, espera que “a administração reconsidere e que seja possível criar uma solução que permita manter os bons profissionais”.

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Mas promete, se isso não acontecer, “avançar para novas formas de luta”.

Na nota, a redação do diário defende que é “incompreensível” que a dias de uma greve geral na profissão, que defende melhores condições salariais, se pretendam despedir jornalistas invocando o critério “do salário demasiado alto” e da “equidade salarial na empresa”.

E lamenta que este despedimento afete “mais uma vez o coração do jornal e do jornalismo”

Além disso, considera ser um “absurdo” que a administração da empresa alegue como motivo para este despedimento, que o “investimento efetuado no reforço da redação em novembro não obteve resultados”.

“Naturalmente não se pode esperar que em pouco mais de três meses, durante os quais houve salários em atraso [permanecendo o Subsídio de Natal ainda em falta], fosse possível assistir a uma recuperação miraculosa”, afirmam os jornalistas na nota.

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Segundo a redação “o reforço com profissionais experientes efetuado a partir de novembro era absolutamente vital para assegurar a qualidade que se espera e se exige do DN”.

E “a mesma exigência de responsabilidade e defesa do DN também se espera de quem o gere e de quem nele investiu”, sublinham os jornalistas.

A redação opõe-se, assim, “a mais um emagrecimento do DN”, que diz “há anos ostenta o título de mais pequena redação do País [ou mesmo do Mundo] dentro dos diários de referência”.

Concluindo: “Despedir jornalistas é abdicar de património, o único do qual a administração se pode e deve orgulhar. Sobreviver a despedimento coletivo atrás de despedimento coletivo [não é construir] é destruir o bom jornalismo e a resiliência dos que têm abdicado de viver para fazer um jornal à altura da história e prestígio do DN”.

O Global Media Group (GMG) anunciou hoje em comunicado que vai avançar com um despedimento coletivo no âmbito de um “processo de reestruturação de equipas internas” iniciado hoje e que prevê também a saída de toda a direção do Diário de Notícias.

“O Global Media Group iniciou hoje o processo de reestruturação de equipas internas, o que nos forçou a um despedimento coletivo fundamentado na complicadíssima situação financeira que resultou da gestão dos últimos meses, cujo impacto foi público”, lê-se no comunicado assinado do grupo.

Segundo acrescenta, deste processo de reestruturação “decorre também a saída do diretor do Diário de Notícias (DN), José Júdice, bem como da restante direção”, tendo para o efeito sido solicitado um parecer ao Conselho de Redação.

Garantindo que tudo fará “para minorar as consequências” deste processo, que admite que tem “grande impacto nas operações do Diário de Notícias”, a administração do GMG sustenta que “a situação atual era insustentável, tanto do ponto de vista financeiro, como do ponto de vista da equidade com os profissionais que há muito tempo mantêm viva a chama editorial do Diário de Notícias”.

“Por isso se impunha esta decisão, que visa também lançar um projeto renovado para o DN que será desenvolvido em articulação profunda com a atual redação”, enfatiza.

A direção interina do Diário de Notícias vai ser assumida por Bruno Contreiras Mateus, atual diretor do Dinheiro Vivo (DV) e que, “depois de um período de transição de três meses”, irá também deixar o GMG.

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