Coimbra

Quercus reclama contra prospeção de minerais em áreas protegidas e classificadas

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 17-05-2019

A Quercus apresentou uma reclamação contra a intenção de prospeção de depósitos minerais nos concelhos de Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Oleiros e Pampilhosa da Serra, argumentando que as zonas em causa sobrepõem-se a áreas protegidas e classificadas.

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“As áreas em causa sobrepõem-se a várias áreas protegidas e classificadas, nomeadamente do Geoparque Naturejo classificado pela UNESCO”, lê-se no documento a que a agência Lusa teve hoje acesso.

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Os ambientalistas, que emitiram um parecer sobre direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais referente a dois avisos publicados em Diário da República, apresentaram, por escrito, uma reclamação fundamentada contra a intenção que a Fortescue Metals Group Exploration Pty Ltd. requereu para atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de ouro, prata, chumbo, zinco, cobre, lítio, tungsténio, estanho e outros depósitos minerais ferrosos e minerais metálicos associados.

As duas áreas em causa são a denominada “Raposa”, localizada nos concelhos de Pampilhosa da Serra, Covilhã, Fundão, Castelo Branco e Oleiros, cuja área total tem 175,748 quilómetros quadrados e a denominada “Carrapeteiro”, que abrange os concelhos de Castelo Branco, Idanha-Nova, Fundão e Penamacor, cuja área total tem 429,014 quilómetros quadrados.

“A Quercus irá colaborar com os movimentos da sociedade civil, municípios e empresas que se estão a mobilizar para a contestação à exploração mineira e usará todos os seus meios para travar este projeto que coloca em causa o desenvolvimento sustentado desta região, o ambiente e a saúde das populações”, lê-se no documento.

Os ambientalistas explicam que o Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, o primeiro geoparque português, integrou em 2006 as Redes Europeia e Global de Geoparques e abrange os concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor, Proença-a-Nova, Nisa, Oleiros e Vila Velha de Ródão.

“Neste território, integrado no ‘Programa Geoparques Mundiais da UNESCO’ são prioridades a geoconservação, a educação e o geoturismo, todos alicerçados num património geológico de referência”, sustentam.

Adiantam ainda que dentro das áreas de prospeção também se encontram várias outras áreas protegidas e classificadas, nomeadamente, o Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI), classificado em 2016, como reserva transfronteiriça da Biosfera assim como a área da Rede Natura 2000 – ZPE do Tejo Internacional , Erges e Ponsul, “cuja presença de espécies prioritárias de conservação exigem um compromisso do Estado português para a sua conservação”.

“Nas zonas em questão existe um conjunto de espécies que podem vir a ser afetadas negativamente pela exploração mineira”, alertam.

A Quercus sublinha que os processos clássicos de processamento metalúrgico, como o processo de calcinação seguida de digestão ácida “iria causar graves impactos no ambiente”, assim como o processamento químico adicional para produzir produtos de lítio de valor acrescentado, como carbonato/hidróxido de lítio adequados para baterias, metais de lítio e fluoreto de lítio, processos esses que também iriam ter o seu impacto no ambiente local.

“Esta eventual exploração irá pôr em causa a qualidade de vida das populações na região, e, caso avançasse, teria um impacte muito significativo no ambiente e na qualidade de vida das populações envolventes, existindo um risco muito elevado de contaminação das águas, dos solos, da paisagem e do ar”, concluem.

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