Há febradas nos jardins da AAC com melhor organização que a da Queima das Fitas!
Em entrevista ao Notícias de Coimbra um membro do Conselho Geral da Queima das Fitas considera, em tom irónico, que “Há febradas nos jardins da AAC com melhor organização que a Queima das Fitas”!.
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Paulo Abrantes, o conselheiro que representa as secções culturais da AAC no Conselho Geral da Queima das Fitas lamenta que a duas semanas do inicio da festa ainda não tenha conhecimento de qualquer contrato com a cervejeira, com o cartaz final das bandas e sua divulgação na rua.
O membro do Conselho Geral lamenta que não sejam feitos estudos para a organização saber quem são os artistas mais desejados pelo público-alvo. Isso acontece em todos os festivais, da EXPOFACIC ao Rock In Rio, recorda.
Segundo o conselheiro, não há qualquer tipo de coerência nas escolhas das bandas, que por norma são as que dão mais jeito à produtora (que também faz grande parte agenciamento, segundo a Comissária da COQF).
Foi apresentada uma noite por músicos de Coimbra, com grandes nomes da cidade, como Parkisons e outros, mas os comissários “chumbaram” a proposta. Por alegada unanimidade, lamenta o conselheiro, que via aqui uma boa janela de oportunidade para aproximar a festa da cidade, que, como se sabe, está cada vez mais distante do Choupalinho.
Ora isto faz com que os estudantes de Coimbra não tenham voto na matéria e faz com que as atrações sejam as mesmas de outras festividades académicas, diminuindo a capacidade do evento de Coimbra em atrair públicos mais distantes. É o caso de Seu Jorge, exemplifica, que vem a Coimbra e dois dias depois vai ao Porto. Já se sabe desde fevereiro, frisa – mesmo antes de ter sido aprovado o orçamento e se ter escolhido a produtora.
O conselheiro salienta que não é normal que seja sempre a mesma produtora (Liveact) a vencer o concurso, o que faz com que outras produtoras já nem queiram concorrer.
Este ano houve concorrência, concorreu pelo menos outra empresa. Apesar da Liveact ser a vencedora, só pelo facto de ter aparecido outro concorrente (PEV), a vencedora crónica fez um desconto de mais ou menos 50 000 euros em relação ao valor que cobrava em cada ano que fez as festas nas últimas décadas, facturando em 2018 um montante na ordem dos 100 000 euros.
Não é que ambas as produtoras concorrentes não tenham qualidade, mas devia existir mais concorrência e transparência, frisa.
Com os resultados financeiros das últimas duas edições no “vermelho”, o conselheiro votou contra um orçamento de 290 000 euros para a contratação de artistas. É muito dinheiro, sobretudo quando uma boa parte (cerca de 100 000 euros) vai para Seu Jorge e Daniela Mercury , artistas que dizem pouco aos actuais estudantes de Coimbra.
O conselheiro lamenta ainda que o Orçamento global da Queima das Fitas seja calculado de forma amadora, com base no que foi bem ou mal feito nos últimos anos, sem orçamentos e propostas actualizadas, o qual foi o único a votar contra.
Como o contrato para patrocinar e fornecer cerveja para a Queima das Fitas terminou em 2017, a negociação devia ter decorrido com aconselhável antecedência, mas a duas semanas do inicio da festa o Conselho Geral ainda não sabe quem vai ficar com esse exclusivo.
Notícias de Coimbra sabe que as donas da Sagres e da Super Bock e/ou seus representantes têm “andado a negociar” com a Queima das Fitas e a Associação Académica de Coimbra, mas ainda não existirá acordo com qualquer uma das marcas.
Na academia há quem tema que seja renovado ou acordado um contrato na linha do anterior, com a duração de 5 anos, o que deixa a academia nas mãos da cervejeira, que nos últimos 5 anos resolveu o problema financeiro da AAC no inicio mas provou-se ser catastrófica no fim do contrato.
O conselheiro também não gostou de ouvir o presidente da Direcção Geral a afirmar que AAC a “mete dinheiro na Queima”. Não é verdade, garante. A DG AAC é que deve à Queima os 220 mil euros do contrato da cerveja, pelo menos do ano 2017 (mas também há alguns acertos a fazer de 2016). Tudo bem que a DG não recebeu nada neste último ano, por incumprimento de litragens, mas não podem esquecer que os beneficiou no inicio. A instituição é a mesma, os contratos escritos de boa fé são para cumprir.
Situação insustentável é, segundo este conselheiro, a quantidade anormal de oferta de bilhetes no passado e que este ano vão levar fortes cortes.
Um dos lados positivos que se orgulha da sua proposta ter sido aceite foi baixar os bilhetes gerais 9 euros em relação ao ano anterior.
O Conselho Geral da Queima das Fitas é composto por 5 membros: Um representante do Conselho Cultural (Paulo Abrantes), outro do Conselho Desportivo (João Pereira), dois da Direcção Geral (Carlos Travassos e João Barge – Tesoureiro da DG/AAC) e o Dux Veteranorum (João Luís Jesus).
A edição de 2018 da Queima das Fitas de Coimbra irá decorrer entre os dias 4 e 11 de maio.
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