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Queijadinha da Ti Maria Rata o doce segredo de Pombal
No coração de Pombal, no Largo do Cardal, a Pastelaria Filinata destaca-se pela preservação e reinvenção de doces regionais, com destaque para as queijadinhas da Ti Maria Rata e os cardalinhos.
Há 27 anos, Luís Filipe Neves, pasteleiro e gerente do espaço, assumiu a missão de manter vivas estas receitas tradicionais, conquistando paladares de Norte a Sul do país.
Com mais de meio século de história, as queijadinhas da Ti Maria Rata são um verdadeiro emblema de Pombal.
O nome peculiar remonta à criadora original, Maria Gomes Carvalheiro (Maria Rata) que trouxe a inspiração de Évora para criar esta iguaria única.
A queijada da Ti Maria Rata tem uma forma característica, que a torna invulgar e diferente das demais, uma vez que na sua elaboração se utilizam umas formas, de configuração única, de formato arredondado, com nove pontas, cujo modelo foi criado pela própria, no Largo do Cardal, em Pombal, por volta de 1930.
Segundo Luís Filipe, a receita foi adaptada com base nos ingredientes e técnicas que esta pombalense observou em terras alentejanas.
“É uma receita simples, mas especial, onde o queijo fresco é o ingrediente principal, complementado por ovos e açúcar”, explica o proprietário do único espaço que confeciona o doce.
A receita chegou-lhe através de Maria Antónia, proprietária de uma farmácia local e admiradora da doçaria regional.
Desde então, estas queijadinhas tornaram-se uma presença constante no balcão da Filinata e já lá vão “27 anos”, sublinhou o pasteleiro.
Outro destaque da Filinata é o marquês da Dona Clotilde Serrano, um pão de ló fofo com creme à base de leite.
Luís Filipe relembra o desafio de obter esta receita: “Andei 20 anos a pedir a receita à Dona Clotilde, e ela resistia sempre. Só após uma entrevista na RTP1 é que ela decidiu partilhá-la comigo”. Hoje, este doce é um sucesso, sendo muito procurado para ocasiões especiais, como aniversários.
Além das queijadinhas e do marquês, os cardalinhos são outro doce emblemático da casa. Com massa folhada estaladiça e um recheio que cativa os mais exigentes, este doce tem um toque diferenciador que atrai clientes de várias partes do país.
A procura crescente levou à expansão do negócio há cinco anos, com a abertura de um segundo estabelecimento.
A paixão pela doçaria regional não se limita a Pombal. A Filinata já exporta o seu famoso pastel de nata para a Holanda, adaptando ligeiramente a receita ao gosto local, mas mantendo a essência que caracteriza os seus produtos.
A Filinata está aberta todos os dias, pronta para receber quem deseja provar um pedaço da história doce de Pombal.
Para Luís Filipe Neves, o sucesso vai além das receitas: “É uma homenagem às tradições e às pessoas da terra. Cada doce tem uma história e um sabor único”.
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