Os crimes de violência doméstica participados às autoridades no primeiro trimestre de 2021 tiveram uma quebra de 13% face ao mesmo período de 2020, mas há já seis homicídios a registar, de acordo com as estatísticas oficiais hoje divulgadas.
Segundo os dados trimestrais divulgados pelo Governo, nos primeiros três meses do ano foram registadas 5.517 ocorrências participadas à PSP e à GNR, menos 13,2% do que as 6.358 em igual período de 2020, e também menos do que as 5.981 no último trimestre de 2020.
Nos primeiros três meses do ano foram registados seis homicídios voluntários em contexto de violência doméstica, quatro mulheres e dois homens. O total representa um aumento de 20% face aos cinco registados no período homólogo de 2020.
Na comparação homóloga há mais 7,3% de reclusos por crimes de violência doméstica (1.112 contra 1.036 em 2020), dos quais 236 em prisão preventiva (mais 14,6%) e 876 em cumprimento de prisão efetiva (mais 5,5%).
Aumentou também o número de medidas de coação aplicadas para afastamento dos agressores. Entre janeiro e março deste ano havia um total de 832 destas medidas em vigor, mais 24% do que as 671 de 2020.
Deste total, 668 tinham medidas de coação de afastamento com vigilância eletrónica, mais 27% do que as 526 no primeiro trimestre do ano anterior.
Quanto à integração de pessoas em programas para agressores, há um aumento total de 41,1%, dos 1.386 nos primeiros três meses de 2020 para os 1.955 no primeiro trimestre deste ano.
A grande maioria das pessoas integradas em programas para agressores está em programas na comunidade, registando-se um crescimento homólogo de 34,1% para os 1.821 este ano, mas o crescimento mais expressivo diz respeito aos programas em meio prisional, com um aumento de 378,6%, de 28 para 134 reclusos.
No primeiro trimestre havia 4.187 pessoas abrangidas por teleassistência, mais 25,4% do que as 3.340 de 2020.
Das 1.066 pessoas em situação de acolhimento no primeiro trimestre, 20 eram homens, sendo as restantes mulheres (676) e crianças (370).
O total de vítimas transportadas sofreu uma quebra de cerca de 8% face ao primeiro trimestre de 2020, sendo mais significativa a redução da percentagem de crianças transportadas (-20,7%), mas registando-se o transporte de quatro homens.