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Quase seis em cada 10 pessoas no mundo estão confinadas em casa – AFP
Quase seis em cada 10 pessoas no mundo estão atualmente confinadas nas suas casas por ordem ou recomendação das autoridades para combater a propagação da doença covid-19, segundo um balanço hoje avançado pela agência France-Presse (AFP).
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De acordo com as contas da AFP, cerca de 4,5 mil milhões de pessoas em 110 países ou territórios estão neste momento a cumprir medidas de confinamento.
As populações em questão representavam hoje cerca de 58% da população mundial atual, estimada pelas Nações Unidas em cerca de 7,8 mil milhões de pessoas.
Desde meados de março, o número de pessoas confinadas por causa do novo coronavírus (SARS-CoV-2) tem vindo sempre a aumentar.
A 18 de março, o número rondava os 500 milhões de pessoas, tendo aumentado em poucos dias, em 23 de março, para mais de mil milhões de pessoas.
Num período de apenas um dia, em 24 de março, as informações recolhidas já apontavam para mais de dois mil milhões de pessoas confinadas a nível global.
O número ia continuar a crescer e, num período de 24 horas, passaram a ser mais de três mil milhões de pessoas confinadas por causa da pandemia da covid-19.
A 07 de abril, a barreira dos quatro mil milhões de pessoas foi ultrapassada, com o registo de medidas de confinamento em pelo menos 97 países e territórios.
Atualmente, a maioria da população mundial visada – pelo menos 2,93 mil milhões de habitantes em 66 países e territórios – está sujeita a medidas de confinamento obrigatório.
Nenhuma zona do mundo é exceção: Europa (Portugal, Reino Unido, França, Itália, Espanha, uma grande parte da Rússia…), Ásia (Índia, Nepal, Uzbequistão, Sri Lanka…), Médio Oriente (Israel, Iraque, Arábia Saudita, Jordânia, Líbano…), África (África do Sul, Marrocos, Zimbabué, Ruanda…), América (uma grande parte dos Estados Unidos, Colômbia, Argentina, Venezuela Peru, Bolívia…) e Oceânia (Nova Zelândia).
O Malawi e o estado de Cartum, capital do Sudão, irão entrar no sábado nesta lista.
Na maioria destes casos, continua a ser possível sair de casa para trabalhar, comprar bens de primeira necessidade ou cuidar de pessoas que precisam de assistência.
Em outros territórios (pelo menos 15, representativos de 1,03 mil milhões de habitantes) é pedido que a população fique em casa, sem, no entanto, tomar medidas coercivas.
É o caso do México, dos principais estados do Brasil, do Japão, do Irão, da Alemanha, da Suíça, do Uganda e do Canadá.
Em pelo menos 25 países ou territórios (cerca de 500 milhões de habitantes) foi decretado um recolher obrigatório, ou seja, as pessoas estão proibidas de sair à rua a partir do fim da tarde até à manhã do dia seguinte.
Esta medida foi imposta em muitos países africanos, como Egito, Quénia, Costa do Marfim, Burkina Faso, Mali, Senegal, Serra Leoa, Togo, Mauritânia ou Gabão, e da América Latina (Chile, Guatemala, Equador, República Dominicana, Panamá e Porto Rico).
Em outras regiões do mundo a medida também foi decretada, como é o caso da Tailândia, Síria, Sérvia ou do Koweit.
Outra medida avançada por alguns países, pelo menos quatro segundo a contagem da AFP, foi colocar em quarentena as principais cidades, o que significa que ninguém entra ou sai destas localidades.
É o caso de Kinshasa (na República Democrática do Congo), Baku (Azerbaijão) e de Nur-Sultan e Almaty, ambas no Cazaquistão.
O balanço da AFP também refere as zonas do mundo que estão gradualmente a levantar e a desanuviar as medidas de restrição.
Na cidade de Wuhan, na província chinesa de Hubei (centro da China), onde foram detetados em dezembro os primeiros casos de covid-19, as medidas que limitavam os movimentos da população foram levantadas em 08 de abril (à exceção de alguns bairros), após cerca de dois meses de confinamento.
À imagem desta cidade chinesa, alguns Estados, em especial na Europa, também estão a avançar gradualmente para o levantamento do confinamento.
Por exemplo, a República Checa prevê um levantamento gradual a partir de segunda-feira, a Suíça a partir de 27 de abril, a Itália a partir de 04 de maio e a França a partir de 11 de maio.
Em Portugal, o decreto presidencial que prolonga até 02 de maio o estado de emergência iniciado em 19 de março prevê a possibilidade de uma “abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais”.
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